Folhainvest responde: fazer um plano de previdência privada é um bom investimento?
A pergunta foi enviada à Folha por H. S., de Maceió (AL)
RESPOSTA DO PROFESSOR DO INSPER MICHAEL VIRIATO ARAÚJO
Para caracterizar um produto como bom investimento é necessário comparar pelo menos dois quesitos: se é adequado ao perfil do investidor (expectativa de rentabilidade e risco) e o custo envolvido na aplicação.
Considerando a adequação, os fundos de previdência privada têm diversos perfis de risco e de retorno, comparáveis a alternativas como os fundos de investimento (FI).
Dentre os planos de previdência, o investidor precisa escolher entre o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). No primeiro, o Imposto de Renda (IR) é cobrado sobre o principal e os rendimentos, segue a tabela progressiva de pessoas físicas e as contribuições podem ser utilizadas para reduzir a renda salarial tributável até 12% desta.
O VGBL não tem esse último benefício fiscal, mas a incidência de IR ocorre apenas sobre os rendimentos. Assim, ele é mais semelhante aos fundos de investimento.
Entretanto, o VGBL possui duas vantagens sobre os fundos de investimento.
A primeira é que ele não apresenta o chamado "come-cotas", ou seja, no VGBL não há o recolhimento semestral de IR. Além disso, a alíquota de IR para o VGBL cairá a 10% se o investidor ficar por mais de dez anos com o investimento. Enquanto nos FIs a menor alíquota de IR é de 15%.
Já nos custos, caso os produtos comparados tenham taxas de administração e de performance similares, o investidor deve ficar atento às taxas de carregamento que são cobradas em alguns planos de previdência e que podem tirar a atratividade deste produto.
Portanto, os planos de previdência podem ser um bom investimento e seu diferencial competitivo está principalmente nos benefícios fiscais que oferecem.
PRAZO DE 1 ANO
Tenho uma poupança com cerca de R$ 55 mil e queria mudar. Onde aplico por ao menos um ano?
R.A., de São Paulo (SP)
RESPOSTA
Existem outros produtos comparáveis à poupança --que tem isenção de IR, garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) e rendimento de 70% da Selic mais TR (após maio/2012)--, mas com maior rentabilidade.
Por exemplo, as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e as LH (Letras Hipotecárias). O CDB (Certificado de Depósito Bancário) também tem a garantia do FGC e pode ser uma alternativa de diversificação.
Embora não tenha isenção de IR, se o CDB render mais de 95% do CDI, ele superará a rentabilidade da poupança.
Para diversificar em outras classes de ativos, recomenda-se avaliar seu perfil.
MESTRADO
Hoje, minha única fonte de renda é uma bolsa de mestrado de R$ 1.350. Poupei R$ 10 mil quando trabalhei, onde invisto?
P.M., de Rio Grande (RS)
RESPOSTA
Antes de começar, é sempre recomendável responder um questionário de Análise do Perfil do Investidor para saber as classes de ativos e produtos que mais se adequam ao seu perfil.
Não importa o montante, sempre é possível encontrar um produto que atende aos objetivos de cada investidor.
Para iniciantes que pretendem construir uma poupança para a aposentadoria, um plano de previdência VGBL multimercado, por exemplo, pode cumprir o papel de manter a disciplina de investimento e diversificação do portfólio para obtenção de retornos mais elevados a longo prazo.
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