Operários fazem greve no porto do Açu, de Eike Batista
Operários ampliaram uma greve no estaleiro da OSX no porto do Açu para o segundo dia nesta quarta-feira (3), atrasando a construção e bloqueando um complexo industrial de propriedade do empresário Eike Batista.
O bloqueio feito por trabalhadores contratados pela empresa espanhola de construção Acciona levou praticamente todos os 8.500 trabalhadores do complexo portuário a paralisar seus trabalhos, segundo um líder sindical.
Funcionários da Acciona em Madri não responderam imediatamente a telefonemas e a um e-mail enviado pedindo comentários sobre a greve.
Os assessores da LLX no Porto do Açu negaram que houvesse uma greve, mas somente uma paralisação dos trabalhadores e um bloqueio. Eles não souberam dizer, no entanto, quantos trabalhadores estariam trabalhando no local.
O porto de Açu é propriedade da LLX, que, assim como a OSX, pertence ao grupo EBX, controlado por Eike. A Acciona é uma das principais empreiteiras construindo o estaleiro da OSX.
Quase 150 empresas atuam nas obras em Açu, situado no litoral norte fluminense, em São João da Barra.
MOTIVO DA GREVE
Os operários realizam bloqueios a estradas que dão acesso ao porto. "Não passa nem uma agulha", disse José Carlos da Silva Eulálio, presidente do Sindicato da Construção Civil do Norte e Nordeste do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo o líder sindical, a Acciona está atrasando os pagamentos dos salários, negou o pagamento de horas extras, quebrou regras de classificação de funções e tem negado licenças aos trabalhadores --alguns dos quais não conseguem visitar suas família há oito meses.
CRISE DE CONFIANÇA
A greve é o último de uma série de problemas enfrentados por Eike e seu grupo de empresas, que tem atividades no setor de petróleo, eletricidade, mineração, construção naval, portos e imobiliário. A queda das ações das empresas do grupo EBX reduziu em cerca de US$ 20 bilhões a fortuna de Eike e o fez perder o título de homem mais rico do Brasil.
A crise de confiança nas empresas de Eike começou após poços de petróleo da OGX, braço petrolífero do grupo, não produzirem tanto quanto esperado, projetos de mineração, portos e eletricidade atrasarem e as dívidas das empresas subirem --elevando temores de que o bilionário ficaria sem capital antes de os projetos se tornarem totalmente operacionais.
OUTRO LADO
Segundo a LLX, a paralisação de funcionários da Acciona não interfere no cronograma das obras.
A LLX e OSX informaram que "acompanham as negociações entre a construtora Acciona e seus funcionários, visando garantir o respeito às leis trabalhistas e o bem-estar dos colaboradores".
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