Magnata brasileiro Moise Safra morre em SP aos 79 anos
O magnata brasileiro Moise Safra morreu em São Paulo neste domingo (15), aos 79 anos.
Ele sofria de Mal de Parkinson e estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein.
Moise nasceu no Líbano, de uma tradicional família de banqueiros de origem síria. Ele veio para o Brasil com a família no início dos anos 1950, devido à perseguição aos judeus no Oriente Médio após a criação do Estado de Israel, em 1948.
Com seus irmãos, fundou o Banco Safra, que se tornou um dos maiores do Brasil. Em 2006, ele vendeu sua fatia para o irmão Joseph, em um negócio cujos valores não foram revelados na época, mas que estima-se tenham sido de US$ 2 bilhões.
Na época, eles disseram, por meio de comunicado, que o acordo "confere a cada um e às suas respectivas famílias maior flexibilidade para manter e desenvolver seus próprios negócios".
Analistas afirmavam que, desde a morte do irmão mais velho –o banqueiro Edmond Safra, que morreu em um incêndio em dezembro de 1999 em Monte Carlo (Mônaco)–, já era efetivamente Joseph quem comandava o banco.
O último grande negócio envolvendo Moise ocorreu no ano passado, quando, ao lado da bilionária chinesa Zhang Xin, adquiriu 40% do edifício General Motors, em Manhattan (Nova York), em um negócio avaliado em US$ 3,4 bilhões.
Em Nova York, também, está sendo construído um centro comunitário que leva o seu nome e que tem como alvo organizações e moradores da cidade e que têm origem judaica.
Moise também tinha grande envolvimento com as questões da comunidade judaica no Brasil, investindo tempo e parte da sua fortuna no financiamento de projetos de saúde, educação e caridade. Ele também pagou pela construção de centros comunitários e sinagogas.
O banqueiro era casado com Chella Cohen Safra, com quem tinha cinco filhos.
Zanone Fraissat/Folhapress | ||
O magnata brasileiro Moise Safra, que morreu neste domingo (15) em São Paulo |
NEGÓCIOS
A fortuna de Moise Safra era avaliada em US$ 2,2 bilhões, o que o colocava como o 28º homem mais rico do país pelo ranking da "Forbes".
Seu irmão Joseph ocupa a segunda posição, atrás apenas de Jorge Paulo Lemann, da Ambev.
A família Safra foi considerada recentemente pela revista "Forbes" a segunda mais rica do país, com uma fortuna de US$ 20,1 bilhões. Ela só ficou atrás dos Marinhos, que controlam as Organizações Globo, com um patrimônio de US$ 28,9 bilhões.
Para Lázaro Brandão, presidente do conselho de administração do Bradesco, Moise foi "um dos mais respeitados nomes do mundo das finanças nacional e internacional".
"Acreditou e investiu no Brasil, representando a melhor tradição do setor bancário brasileiro. Nós nos conhecíamos de longa data. Lamentamos muito sua perda", completou o executivo do Bradesco.
Já Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, afirmou que Moise "deixa um legado importante para o sistema financeiro nacional e internacional".
"Neste momento, nos solidarizamos com a família e os colaboradores do Grupo Safra."
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