Indústria de São Paulo inicia o ano mais pessimista, aponta Datafolha
A indústria, que amargou resultados ruins em 2014, começa o ano mais pessimista. Segundo pesquisa feita pelo Datafolha a pedido do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo), 52% dos empresários esperam que 2015 seja bom para os negócios -em 2014, o índice havia sido de 65%.
Para 38% dos 310 entrevistados, o ano foi ruim ou péssimo. Em 2013, o índice havia sido de 25%. Apenas 21% dos executivos consideraram 2014 um bom ano e esperam 2015 igual ou ainda melhor.
Editoria de arte/Folhapress |
Essas expectativas são importantes porque indicam a intenção dos empresários de investir no negócio.
Joseph Couri, presidente do Simpi, diz acreditar que, depois dos anúncios econômicos da semana passada, o otimismo para o ano deve diminuir ainda mais, já que a pesquisa foi realizada antes disso, em dezembro.
Para ele, as notícias sobre a elevação da taxa básica de juros, dos impostos, do custo da energia elétrica e as restrições de crédito devem prejudicar os pequenos.
Ele afirma que acha pouco provável que sejam anunciadas medidas positivas para o setor nas próximas semanas.
"É um cenário de cautela, de preocupação moderada."
Há, entretanto, quem tenha se surpreendido neste mês depois de um 2014 difícil, como é o caso de Nathalie Mikellides, proprietária da fábrica de protetores bucais para esportes Forcefield.
Ela conta que esperava crescer de 20% a 30% nas vendas e no faturamento em 2014, mas ficou estagnada. A empresa demitiu 4 dos 8 funcionários.
Ela afirma que a Copa do Mundo fez com que o número de eventos de outros esportes, para os quais fornece os protetores, diminuísse.
Além disso, a fábrica, que usa matéria-prima americana, é sensível ao dólar, que teve um movimento de alta.
Com a falta de crescimento, Mikellides procurou crédito no BNDES para investir, mas afirma que o valor disponibilizado era muito baixo e, portanto, desistiu e não fez nenhum investimento.
No entanto, o mês de janeiro está aquecido -ela diz não entender os motivos e diz apenas que quase não está dando conta.
Colaborou GABRIELA STOCCO, de São Paulo
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