Explosão em plataforma da Petrobras no Espírito Santo deixa três mortos
Uma explosão ocorrida às 12h50 desta quarta-feira (11) no navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus, próximo ao município de Aracruz, no Espírito Santo, deixou três mortos, dez feridos e seis desaparecidos, segundo informações da Petrobras.
O navio atua nos campos de Camarupim e Camarupim Norte, a cerca de 120 quilômetros da costa, de acordo com a estatal, mas estava a 40 quilômetros da costa no momento da explosão, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Havia 74 embarcados, de acordo com a Petrobras.
O FPSO Cidade São Mateus é um navio-plataforma de extração de óleo e gás de propriedade da empresa BW Offshore e que presta serviço para a Petrobras.
Foram retirados da plataforma em um barco de apoio 43 funcionários, incluindo os 10 feridos, de acordo com a ANP, que também informou que houve uma explosão na casa de bombas. Segundo o diretor do Sindipetro ES (Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo), Davidson Lombo, a explosão foi causada por um vazamento de gás.
Editoria de arte/Folhapress |
Explosão do navio-plataforma Cidade de São Mateus, da Petrobras, no Espírito Santo, deixou três mortos |
Após o acidente, a plataforma ficou sem comunicação e o contato foi feito por meio da plataforma Vitória (próxima ao local do acidente), de acordo com o diretor do Departamento de Segurança da Federação Única dos Petroleiros, José Maria Rangel.
A presidente Dilma Rousseff estava reunida com o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) no momento em que soube da explosão do navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus, no Espírito Santo. Ela imediatamente ligou para o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, para pedir explicações.
Bendine informou que a estatal está prestando todos os socorros para as vítimas e familiares que trabalhavam na plataforma. Como a empresa que opera a plataforma é privada, o governo irá aguardar que a FPSO se manifeste. A Agência Nacional de Petróleo deverá comandar as investigações sobre o caso".
O ministro Eduardo Braga comentou o acidente e confirmou que o o navio-plataforma não era da Petrobras. "Fui informado [sobre o acidente] quando estava, inclusive, com a presidenta. Quero lamentar profundamente esse incidente, acidente, que aconteceu. O equipamento era alugado, não era da Petrobras".
A sigla FPSO significa, em português, navio-plataforma estocante de produção. Trata-se de uma plataforma de pequeno porte, com a produção de apenas 2,2 mil barris por dia de petróleo em águas rasas. O número corresponde a apenas 0,1% da extração total de óleo da Petrobras.
As plataformas de grande porte da estatal produzem, a plena capacidade, entre 150 mil e 180 mil barris por dia.
O aeroporto de Vitória foi acionado às 13h50 para receber as vítimas. Apesar do esquema de emergência, não houve alteração nas operações comerciais do aeroporto, segundo informações da Infraero.
O QUE DIZ A PETROBRAS
A Petrobras, em nota, lamentou o ocorrido e disse que o navio-plataforma opera, desde junho de 2009, no pós-sal dos campos de Camarupim e Camarupim Norte, no litoral do Espírito Santo.
A empresa informa que BW está prestando toda a assistência aos seus funcionários e familiares, com apoio da Petrobras.
Ainda de acordo com a estatal, a concessão de Camarupim é operada pela Petrobras (100%) e a de Camarupim Norte é uma parceria entre a Petrobras (65%) e a empresa Ouro Preto Energia (35%).
O acidente ocorreu poucos dias após a mudança na gestão de Petrobras. Seu novo presidente, Aldemir Bendine, disse que assumiu a estatal com "carta branca" e prometeu transparência.
O QUE DIZ A BW
A BW Offshore informou que, após a explosão na plataforma, a produção foi interrompida e a unidade fechada. A empresa também disse que continua prestando todo apoio aos familiares e dando suporte às autoridades nas buscas.
MARINHA
A Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos do Espírito Santo (CPES), informa que será aberto um inquérito administrativo a fim de esclarecer as causas e responsabilidades do ocorrido na plataforma, com prazo de conclusão de 90 dias.
ANP
A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) informou que foi comunicada pela Petrobras sobre o episódio uma hora depois do ocorrido e que enviou duas equipes para acompanhar a investigação do acidente. Uma delas foi para a "sala de crise" da Petrobras e a outra, para o navio.
Segundo a ANP, não houve derramamento de óleo. A agência disse ainda que atualizou os documentos da plataforma em setembro de 2014 e que a unidade recebeu "declaração de conformidade da marinha" em 2015.
HISTÓRICO
O último acidente com grande número de vítimas da Petrobras ocorreu em 2001.
A maior plataforma de produção de petróleo em alto-mar à sua época, que custou à estatal brasileira US$ 350 milhões e começou a ser operada pela Petrobras em 2000 no campo do Roncador, na Bacia de Campos, sofreu duas explosões em 15 de março de 2001.
Na hora do acidente, havia 175 pessoas a bordo –11 delas morreram no acidente. Primeiro, a plataforma adernou, pois uma das colunas de sustentação ficou comprometida. Poucos dias depois e inúmeras tentativas de salvar a plataforma e resgatar corpos que permaneciam no local, a unidade de produção afundou com o alagamento de parte sua estrutura.
Em janeiro de 2015, uma explosão na Refinaria Landulpho Alves, da Petrobras, deixou três pessoas feridas, sendo uma em estado grave.
De acordo com a entidade, o acidente ocorreu durante a realização de um serviço em espaço confinado no vaso da unidade de geração de hidrogênio da refinaria. Segundo o Sindipetro, dois feridos pertenciam à empresa terceirizada Victória.
E houve um incidente anterior, no mesmo mês, que não deixou feridos. Localizada no Recôncavo Baiano, a refinaria tem capacidade de processamento de 323 mil barris diários.
Seus principais produtos são diesel, gasolina e querosene de aviação, entre outros.
Em nota, à época, a Petrobras disse que os feridos "foram prontamente atendidos pela equipe médica da refinaria, encaminhados ao hospital, e a companhia está prestando a assistência necessária".
Com Reuters
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