EcoRodovias vence leilão da Rio-Niterói com pedágio 37% menor que atual
A EcoRodovias venceu o leilão da ponte Rio-Niterói, trecho da BR-101, na manhã desta quarta-feira na BM&FBovespa. A companhia será a concessionária da via nos próximos 30 anos.
A empresa ofereceu a menor tarifa de pedágio entre os seis concorrentes, de R$ 3,2844, valor 36,83% menor que o praticado atualmente, de R$ 5,20.
Em relação à taxa máxima de pedágio estipulada pelo leilão, de R$ 5,1862, o valor é 36,67% menor.
A ponte era considerada pelo mercado a melhor das concessões que o governo federal tinha a oferecer, por já ter um fluxo de veículos definido e não exigir investimento elevado.
MOTORISTA PAGARÁ R$ 3,70 EM JUNHO
A partir de 1º de junho, quando a EcoRodovias assume a ponte, o motorista pagará R$ 3,70 para atravessar os 13,5 quilômetros da via, segundo o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues.
A diferença entre o valor de pedágio que venceu o leilão e a tarifa que será de fato praticada refere-se à correção pelo IPCA.
A ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres) calcula que será necessário investir R$ 1,3 bilhão em novas obras nos acessos à via.
A CCR, atual concessionária da ponte, apresentou a proposta menos competitiva e ofereceu a maior tarifa pela concessão, de R$ 4,2423, valor 18,2% menor que o teto estipulado.
A proposta menos competitiva da CCR surpreendeu, já que a concessionária era a proponente que mais conhecia o ativo e a operação.
INVESTIMENTOS EM OBRAS
A EcoRodovias assumirá a via em junho, caso o contrato seja assinado até lá.
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) estima que será necessário investir R$ 1,3 bilhão na realização de novas obras no acesso à via
Segundo o presidente da EcoRodovias, as obras serão financiadas por capital próprio e fluxo de caixa em um primeiro momento.
A partir do terceiro ano de concessão, a empresa buscará financiamento no mercado. Segundo ele, o capital mínimo necessário para o primeiro ano é de R$ 120 milhões.
Dentre as obras obrigatórias estão a ligação da Ponte com a Linha Vermelha com uma via elevada para evitar que os usuários com destino à Baixada Fluminense e à Rodovia Presidente Dutra precisem utilizar a Avenida Brasil.
Segundo a ANTT, a concessão prevê ainda a construção de uma passagem inferior do tipo mergulhão na Avenida Feliciano Sodré (direção leste-oeste), passando sob a Praça Renascença em Niterói, para proporcionar maior fluidez ao tráfego do sistema rodoviário.
"ESTAMOS CONFORTÁVEIS"
O presidente da EcoRodovias, Marcelino Rafart Seras, disse que a empresa apresentou uma proposta justa.
Ele destacou a experiência da companhia na manutenção de grandes concessões, como a do sistema Anchieta-Imigrantes, que têm um amplo conjunto de túneis.
Ao ser questionado sobre a diferença entre a proposta vencedora e a da CCR, Seras lembrou que a sua rival no leilão tem investimentos grandes para terminar, como o metrô de Salvador, o aeroporto de Belo Horizonte, e a BR-163.
"São projetos que requerem bilhões de reais", disse. "Estamos confortáveis [com a proposta]."
Ele afirmou ainda que o desaquecimento do setor de construção civil no país favorecerá o orçamento para as obras que deverão ser realizadas na ponte nos próximos cinco anos.
"Temos um bom arcabouço de mão de obra e de fornecedores."
O lance mais próximo ao do vencedor foi o do consórcio Nova Guanabara, liderado pelo grupo Coimex. A tarifa apresentada pelo grupo foi de R$ 3,359, deságio de 35,23%.
Também participaram do certame Triunfo Participações, com tarifa de R$ 3,8699 (deságio de 25,37%), o grupo logístico JSL, com proposta de R$ 4,0789 (deságio de 21,34%) e grupo AB Concessões, que pertence ao italiano Atlantis e ao grupo Bertin, com tarifa de R$ 4,1417 (deságio de 20,13%).
HISTÓRICO
A ponte Rio-Niterói foi a primeira concessão rodoviária após a Constituição de 1988. A CCR começou a administrá-la em junho de 1995. O pedágio, então em R$ 1,20, começou a ser cobrado em agosto de 1996.
Passados 20 anos, o preço aumentou 333%, ante inflação de 195% no período. Em 2013, passaram 56 milhões de veículos na rodovia e a CCR faturou R$ 167,2 milhões, lucrando R$ 39,3 milhões.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 19/04/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,74% | 125.124 | (17h39) |
Dolar Com. | -0,97% | R$ 5,1993 | (17h00) |
Euro | -0,49% | R$ 5,5708 | (17h31) |