OAS livrará só 3 empresas de pedido de recuperação judicial
Só três companhias da OAS de um total de nove –incluindo a holding– devem ficar de fora do pedido de recuperação judicial do grupo, programado para o início da semana que vem.
A ideia é poupar a empresa de saneamento OAS soluções ambientais, a de estádios de futebol OAS Arenas e a de exploração de petróleo OAS Óleo e Gás. As três são pouco endividadas.
No total, o pedido deve envolver cerca de R$ 8 bilhões. Se aceito, será um dos maiores processos de recuperação judicial já feitos no país.
A maior parte da dívida vem da holding e da construtora. Mas o pleito à Justiça deve conter outras quatro companhias (OAS Defesa, OAS Energy, OAS Logística e OAS Empreendimentos).
Alguns projetos imobiliários da OAS Empreendimentos nos quais a companhia atua com sócios –as chamadas SPEs (Sociedades de Proposósito Específico) – não serão incluídos.
Com a recuperação judicial, a empresa ganha o direito de suspender pagamentos enquanto desenha um plano de reestruturação, que precisará, ao final, ser aprovado pela maioria dos credores.
Ao ser alvo de denúncias da Operação Lava Jato, a OAS, uma das maiores empreiteiras do país, passou a ter dificuldades de acesso a crédito e de honrar compromissos com credores.
Nesta semana, outra empresa envolvida no escândalo de corrupção da Petrobrras, a Galvão Engenharia, pediu recuperação judicial.
INVESTIDOR
O plano de recuperação da OAS inclui a entrada de um investidor, apurou a Folha.
A ideia é que ele injete entre R$ 500 milhões e R$ 800 milhões no grupo, dinheiro necessário para que sobreviva aos meses de recuperação.
Inicialmente, o montante será aportado por meio de uma linha especial de financiamento chamada DIP Financing, que permite ao investidor ter prioridade no recebimento do dinheiro. Mas planeja-se que o acordo envolva ainda a preferência na compra da participação da empreiteira na Invepar.
É a possibilidade de comprar uma fatia da empresa, dona de concessões de rodovia, metrô e aeroporto, que tem atraído interessados.
A OAS tentou vender a participação de 24,4% na empresa como forma de evitar o processo de recuperação judicial. Mas o negócio esbarrou no receio dos dos compradores de pagar por um ativo que poderia ser alvo de arresto por credores do grupo. Por isso, a venda só se concretizará após a aprovação do plano de recuperação.
Os interessados em injetar o dinheiro ainda esquadrinham os números da companhia, e um acerto levará tempo, segundo negociadores. O pedido deve sinalizar ao juiz apenas que a OAS negocia um acordo nesses moldes.
O sucesso da recuperação da OAS dependerá principalmente das negociações com investidores internacionais. É com eles que está cerca de 70% da dívida do grupo. Até o momento, porém, não houve reuniões formais com esse grupo de credores.
A ideia da OAS é apresentar os resultados da companhia e o fluxo de caixa esperado daqui para a frente somente após protocolar o pedido de recuperação judicial.
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