Com novas tecnologias, vendas de óculos artesanais aumentam
Apostando em vendas pela internet, "lojas-conceito", eventos e festivais de música, algumas lojas de óculos artesanais mais que dobraram o faturamento no ano passado.
É o caso da Leaf, que fabrica óculos de madeira desde 2012. De maio de 2013 a maio deste ano, o faturamento da marca cresceu 200%. Em 2014, foi de R$ 1 milhão.
Os óculos feitos com madeira nacional certificada custam de R$ 375 a R$ 450. O principal canal de comercialização é a internet, que representa 70% das vendas, mas a marca também investe em negócios com grandes empresas.
"Não vendemos nossas peças para lojistas. Preferimos manter o contato com o consumidor final pelo site e fazemos muitos projetos para empresas, com óculos personalizados" explica Rannan Farah, sócio da Leaf.
Jorge Araújo/Folhapress | ||
A arquiteta Marina Moraes, o engenheiro Pipa Barros e o gerente de Alexandre Peres, da Artyeto |
"Se um diretor de vendas quer revender óculos na loja da marca dele, fazemos um produto com nosso design e desenho, mas com a marca do cliente", diz.
A Livo, que usa acetato (uma espécie de plástico) para seus óculos artesanais, tem outra estratégia. Depois de ver suas vendas crescerem mais de dez vezes em 2014 pela internet e em seus três pontos físicos na cidade de São Paulo, a marca deve iniciar este ano as vendas para lojas multimarcas de moda no interior do país.
"Identificamos a falta de marcas brasileiras de óculos que não tenha preço absurdo", conta Arthur Blak, diretor-executivo da marca.
Segundo Ismael Rocha, professor da ESPM, o aquecimento desse mercado vem do aprimoramento da produção em pequena escala. "Antes, você não tinha acesso à tecnologia de ponta, existia o processo artesanal e não havia uma escala mínima para atender a demanda de mercado", explica.
É o caso de Alexandre Perez e Marina Barros, que, com a compra de novo maquinário, puderam aumentar a fabricação de óculos de madeira da ArtyEto, marca que o casal criou em 2014 com um investimento inicial de R$ 1.500.
No começo, o processo de fabricação artesanal de um óculos demorava de 7 a 12 dias. Hoje, conseguem fabricar 13 óculos por dia. Foi assim que, em 2014, a marca faturou R$ 230 mil.
Segundo o empreendedor, a meta é faturar mais de R$ 500 mil este ano com as vendas pela internet, em eventos colaborativos, feirinhas de rua e até mesmo festivais de música.
Este ano, o casal participou do Tomorrowland, evento de música eletrônica que aconteceu em Itu (SP), e vendeu mais de 70 óculos que custam de R$ 360 a R$ 410.
Adriano Vizoni/Folhapress | ||
Funcionário produz óculos de madeira na fábrica da marca Leaf, em São Paulo |
"Do evento, surgiram contatos para exportação das nossas peças, o que não estava nos planos para agora, mas pode vir a acontecer no futuro", diz Alexandre.
DIVERSIFICAÇÃO
Ainda assim, o mercado pede cuidado. Segundo Rocha, o empreendedor deve ter em mente que produtos artesanais ligados à moda têm ciclo de vida mais curto.
"Isso exige constante atenção para expandir sua linha de produtos e não permanecer no modismo. É preciso observar as dicas que o mercado dá e elaborar um plano de negócios que tenha consciência de que os ciclos são curtos", diz.
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