Inflação cai para 0,22% em agosto com passagens aéreas, alimentos e energia
Eduardo Knapp - 24.mar.2015/Folhapress | ||
Supermercado em São Paulo; inflação desacelerou em agosto, sem a pressão dos alimentos |
Com a queda de preços da energia elétrica e passagens aéreas, e sem a pressão dos alimentos e bebidas, a inflação oficial brasileira desacelerou em agosto.
O IPCA, índice oficial do país, foi de 0,22% no mês, desacelerando na comparação com os 0,62% apresentados em julho deste ano e com os 0,25% do mesmo mês do ano passado.
É a menor taxa de inflação deste ano e a menor taxa para meses de agosto desde 2010 (0,04%), segundo dados divulgados pelo IBGE na manhã desta quinta-feira (10).
Com o resultado um pouco melhor do que em agosto de 2014, o índice de 12 meses desacelerou —ainda que modestamente— pela primeira vez em 2015: de 9,56% em julho para 9,53% em agosto.
Inflação - Variação do IPCA, em %
A desaceleração está em linha com a expectativa de economistas consultados pela agência internacional Bloomberg de um IPCA em 0,23% de julho para agosto e de 9,54% em 12 meses terminados em agosto.
O IPCA continua, porém, bem acima do centro da meta de inflação do governo, que é de 4,5% ao ano com margem de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou menos.
De janeiro a agosto, a inflação acumula 7,06%, segundo o IBGE. É a taxa mais elevada para o período desde 2003 (7,22%). Os preços administrados foram os principais responsáveis por isso, sobretudo energia elétrica.
PASSAGENS
Segundo o IBGE, uma série de itens ficaram baratos na passagem de julho para agosto, com destaque para as passagens áreas, com queda de 24,9% no mês. Os preços caíram com o fim da alta temporada.
Maiores quedas e altas - Cinco itens com as maiores mudanças de preços em ago.2015, em %
O recuo das passagens aéreas contribuiu para uma deflação (queda de preços) do grupo de transportes, cujos preços encolheram 0,27% no mês, apesar da alta de preços da gasolina (0,67%) no mês.
Já o grupo de alimentação e bebidas teve deflação de 0,01% em agosto, com redução de uma série de itens pesquisados. Os destques foram batata-inglesa (-14,75%), tomate (-12,88%) e cebola (-8,28%).
Os alimentos vinham pressionando atipicamente a inflação no meio do ano por causa de um regime de chuvas desfavorável. Em agosto, subiram preços como da mandioca (4,40%) e o alho (2,74%).
Até mesmo a energia elétrica –principal fonte de inflação ao longo do ano– contribuiu em agosto para a desaceleração do IPCA. A energia elétrica teve queda de 0,42% no mês, o que não ocorria desde março de 2014.
Em agosto, o botijão de gás ficou mais barato em agosto (-0,44%). Mas com o reajuste já anunciado pela Petrobras, os preços devem subir nos próximos meses, segundo alertam os analistas do mercado,
ALTA
No lado oposto da tabela de variação de preços, a educação teve a maior alta percentual no mês, de 0,82%. O aumento é explicado pelo início do segundo semestre do ano letivo. Cursos regulares tiveram alta de 0,78%.
Despesas pessoas também ficaram mais caras, em 0,75% no mês. O avanço foi atribuído a serviços bancários (2,65%), cabeleireiro (0,86%) e empregado doméstico (0,53%).
A expectativa de que a inflação vai começar a ceder este ano levou o Banco Central (BC) a interromper a sequência de sete altas e manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano no início deste mês.
A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo Banco Central para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia.
Nesta quarta-feira, porém, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou o rating (nota de avaliação de risco) do Brasil de BBB- para BB+, retirando o selo de bom pagador do país.
Os analistas avaliam nesta quinta-feira as consequência disso para o câmbio e, consequentemente, para a inflação. O repasse do câmbio para preços de produtos e serviços não é imediato.
O IPCA é calculado levando em consideração o orçamento de famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.
Já o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação das famílias de rendimento menor (até cinco salários mínimos), foi de 0,25% em agosto.
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