Conselho fiscal da Petrobras pede medidas após prejuízo recorde
O Conselho Fiscal da Petrobras aprovou, por três votos a dois, o balanço divulgado nesta segunda-feira (21), que trouxe prejuízo recorde de R$ 34,8 bilhões. A ata da reunião dos cinco conselheiros traz uma série de recomendações à gestão da empresa para reduzir o endividamento e melhorar a eficiência na gestão.
Os dois representantes dos acionistas minoritários no Conselho, no entanto, votaram contra a aprovação do resultado financeiro de 2015.
Reginaldo Ferreira Alexandre e Walter Luis Albertoni criticaram o cálculo das baixas contábeis e o uso de instrumento que permite à empresa diluir os impactos do câmbio sobre sua dívida. As baixas contábeis, que somaram R$ 47,7 bilhões, foram a principal causa para o prejuízo recorde.
Em carta anexada à ata da reunião, os conselheiros dizem que a metodologia usada pela empresa para avaliar o valor de ativos apresenta resultados muito diferentes de avaliações independentes.
Os dois já haviam reclamado do tema em 2014, quando a Petrobras reconheceu perdas provocadas pelo esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
Com relação à contabilidade de hedge —instrumento para diluir o efeito das variações cambiais—, dizem que não é adequado para uma empresa como a Petrobras, que é importadora e tem a maior parte de sua receita em reais.
A contabilidade de hedge permite que uma empresa identifique receitas futuras com exportação para compensar como proteção contra a variação da dívida em moeda estrangeira, já que a alta em um indicador compensa a queda do outro.
A direção da Petrobras decidiu ampliar o uso do instrumento, aumentando de US$ 50,8 bilhões para US$ 61,5 bilhões o valor das exportações que serão usadas para compensar a variação cambial.
A decisão foi questionada por analistas do mercado financeiro em teleconferência realizada nesta terça-feira (22) para explicar o balanço.
O diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, defendeu que a companhia prevê que suas exportações vão crescer com o aumento da produção e a queda do consumo interno.
Os outros três membros do conselho fiscal, todos indicados pela União, votaram pela aprovação do resultado financeiro, mas pediram medidas para reverter a deterioração dos indicadores financeiros da empresa.
"A rápida e significativa expansão do endividamento (...) leva-nos a solicitar à alta administração que tome todas as medidas cabíveis e necessárias para reduzir a alavancagem financeira da companhia", dizem os conselheiros, no documento.
Entre as medidas solicitadas está a ampliação do programa de venda de ativos, a revisão dos investimentos e programas para aumento de eficiência. "A companhia possui excesso de empregados em funções administrativas."
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