Inflação resiste a ceder e prévia de maio vai a 0,86%, aponta IBGE
A prévia da inflação oficial de maio mostrou que, mesmo com a piora da economia e a redução do consumo pela população, os preços no país ainda resistem a ceder.
É o que mostra o resultado para maio do IPCA-15, prévia da inflação, divulgado na manhã desta sexta-feira (20) pelo IBGE.
O IPCA-15 atingiu 0,86% em maio, avanço em relação ao apurado pela prévia de abril, de 0,51%. Trata-se da taxa mais alta verificada para o mês de maio desde 1996.
O centro de estimativas de economistas ouvidos pela agência internacional de notícias Bloomberg apontava avanço de 0,76% no mês e de 9,51% em 12 meses.
Inflação - Índice de variação de preços medido pelo IPCA-15, em %
Desde o início do ano que se espera uma desaceleração de preços em razão da crise, mas na prática movimentos pontuais de alta de determinados produtos têm impedido o alívio no bolso do brasileiro. Essas altas independem da situação econômica do país.
A prévia da inflação de maio mostrou que os alimentos e remédios continuam a pressionar o indicador. Cenário igual já havia sido observado na divulgação do índice fechado de abril.
Condições climáticas desfavoráveis fizeram com que os alimentos subissem 1,05% na prévia de maio. Já é uma desaceleração em relação ao mês de abril (1,35%), mas o resultado continua fazendo pressão no índice.
A batata-inglesa, por exemplo, subiu 26,65% na prévia. Outros produtos importantes, como feijão carioca (5,04%), farinha de mandioca (4,45%) e o leite (2,82%), também tiveram altas expressivas.
Impactado por reajustes recentes de preço aprovados pelos órgãos reguladores, os remédios subiram 6,50% em maio. Em abril, já tinham subido 2,64%.
A alta é reflexo do reajuste, que passou a valer a partir de primeiro de abril, de 12,50% no preço de alguns tipos remédios.
Juntos, alimentos e medicamentos representaram 56% da taxa de maio.
O aumento da tarifa de água e esgoto em São Paulo pressionou o grupo habitação, que subiu 0,99%, por causa do fim do incentivo do governo do Estado para quem consome menos água.
Cigarro também foi um produto que subiu de preço, com avanço de 3,70% Os cigarros tiveram reajuste de 3% a 14%, dependendo da marca, a partir de 1º de maio no país.
ACUMULADO
A despeito da alta na prévia deste mês, a inflação em 2016 é mais baixa que a de 2015.
No ano passado, por causa de preços de energia e combustíveis represados em 2014 e que tiveram que ser aumentados no ano seguinte, a inflação foi muito forte.
No acumulado de janeiro a maio deste ano, a prévia da inflação foi de 4,21%, contra 5,23% no mesmo período do ano passado.
Inflação por grupos - Variação em % segundo o IPCA-15
O indicador acumulado ficou abaixo do centro da meta de inflação, de 4,5%.
Em 12 meses, porém, o índice ainda registra aceleração. Em maio bateu 9,62%, acima do 8,24% de igual período do ano passado e muito acima do teto da meta da inflação, de 6,5%.
O IPCA-15 mede a inflação dos últimos 15 dias do mês anterior até a segunda quinzena do mês de divulgação. É a prévia da inflação oficial do país, o IPCA, indicador também compilado pelo IBGE.
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