Samarco negocia plano de demissão para até 40% dos funcionários
A mineradora Samarco e seus trabalhadores negociam um plano de demissão voluntária (PDV) que cortará em até 40% o número de empregados da companhia. O número equivale a cerca de 1.200 pessoas, lotadas nas unidades de Mariana (MG) e Anchieta (ES).
No último dia 19, a companhia comunicou aos sindicatos a necessidade de reduzir em 40% sua força de trabalho, já que não tem previsão de voltar a operar com capacidade máxima no curto prazo.
As operações da mineradora estão paradas desde o rompimento da barragem de Mariana, em novembro de 2015. O acidente provocou a morte de 19 pessoas e deixou um rastro de destruição.
"Chegamos a um ponto em que são necessários ajustes devido à nova realidade da Companhia: não sabemos quando serão concedidas as licenças para a volta da operação", diz a empresa, em comunicado oficial. "Na melhor das hipóteses, isso pode acontecer no fim deste ano."
O acordo para a negociação de um PDV foi feito em reunião nesta quinta-feira (2). Na próxima quarta (8), empresa e sindicatos se reúnem novamente para discutir os termos do plano.
"O PDV alivia um pouco a situação dos trabalhadores. A Samarco tem muitos funcionários com muito tempo de casa e os benefícios costuma ser proporcionais", comentou o diretor do sindicato Metabase Mariana, Sergio Alvarenga de Moura.
Segundo ele, a previsão é que Mariana tenha cerca de 650 demissões. O restante envolve trabalhadores das usinas de pelotização da companhia em Anchieta. A Samarco diz que a proposta de PDV é "uma alternativa respeitosa".
Atualmente, a empresa tem cerca de 300 pessoas em lay off (em casa, mas recebendo salários). Os outros estão trabalhando na manutenção de equipamentos ou na recuperação das áreas atingidas pelo desastre.
A Samarco tenta obter licenças ambientais para voltar a operar, mas só conseguiria retomar com 60% da capacidade neste momento, por falta de local adequado para o depósito de rejeitos —a ideia é despejá-los na cava de uma mina já desativada.
Para atingir a capacidade máxima, a companhia precisará investir na construção de uma nova barragem.
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