Equipe econômica vê concessão precoce na reforma da Previdência
A estratégia política de flexibilizar a reforma da Previdência antes que o texto fosse votado na comissão, para evitar uma derrota no Congresso, incomodou a equipe econômica do governo.
Na reunião desta quinta-feira (6) em que as mudanças foram decididas, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) apontou que era muito cedo para fazer concessões no texto e que a proposta corria o risco de chegar fragilizada e desfigurada ao plenário.
Michel Temer respondeu que era mais importante atingir o consenso antes da votação na comissão, o que abriria caminho para aprovação em plenário.
Segundo participantes do encontro, Temer reconheceu que a proposta do governo não seria aprovada e que uma legislação mais flexível seria melhor que uma derrota.
Meirelles deixou a reunião contrariado. Uma placa com seu nome chegou a ser posta sobre a mesa na entrevista em que o governo explicaria as mudanças, mas ele foi substituído por Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo).
Reunido com sua equipe à tarde, Meirelles adotou um discurso de apoio ao que chamou de "reforma possível" e disse que era melhor não adiar o anúncio das alterações.
A decisão de anunciar a flexibilização foi tomada na quarta (5), após um monitoramento do Planalto demonstrar recuos na base aliada.
O governo tinha receio de que a mudança causaria impacto no mercado financeiro, mas decidiu seguir em frente ao constatar que a expectativa de derrota seria pior.
Diante do cenário, Temer vai reforçar pessoalmente as investidas sobre aliados. No dia 17, véspera da apresentação do relatório do projeto, vai receber 400 deputados e economistas no Alvorada.
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