Equipe econômica vê cenário instável e pode usar reservas para defender real
A equipe econômica do presidente Michel Temer está pessimista diante da crise que avançou sobre o governo e já trabalha com um cenário instável, de alta do dólar e dos juros futuros, para os próximos dias.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, se reuniram na noite desta quarta-feira (17) para combinar uma operação conjunta do Tesouro e do BC na tentativa de acalmar o mercado e blindar a área econômica.
Eles trabalham com um panorama instável para os próximos dias, com o dólar e os juros futuros operando em forte alta, a Bovespa em queda e fuga de capital.
O esforço de Meirelles é passar a mensagem de que a política econômica não será contaminada pela crise política e que o país usará suas reservas para defender o real, caso seja necessário.
O dólar abriu nesta quinta (18) em alta superior a 5%. Em comunicado, o BC informou que "está monitorando o impacto das informações recentemente divulgadas pela imprensa e atuará para manter a plena funcionalidade dos mercados".
"Esse monitoramento e atuação têm foco no bom funcionamento dos mercados. Não há relação direta e mecânica com a política monetária, que continuará focada nos seus objetivos tradicionais", segue a nota do BC.
O Banco Central anunciou também que fará um leilão adicional de 40 mil contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) para tentar conter a volatilidade do dólar.
Já o Tesouro cancelou o leilão de títulos públicos nesta quinta-feira, informou a agência Bloomberg. Operadores apontam que a instabilidade nas taxas de juros teria feito o órgão tomar a decisão.
Analistas do mercado trabalham com a perspectiva de haver nesta quinta um circuit break –operação que suspende as negociações quando a Bolsa cai ou sobe mais de 10% e é um mecanismo para evitar a volatilidade nos mercados acionário.
Corretoras já encaminham a clientes as regras sobre o mecanismo de interrupção de negócios.
REUNIÃO
A reunião se deu depois que o ministro da Fazenda deixou o Palácio do Planalto, por volta das 21h desta quarta.
Meirelles estava com Temer no início da noite, discutindo a medida provisória do Refis, quando a notícia de que o empresário Joesley Batista havia gravado o peemedebista dando aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Temer reuniu os principais auxiliares políticos para uma reunião de emergência na tentativa de diminuir o impacto da notícia na sua imagem e na de seu governo.
A preocupação, além da manutenção do presidente no cargo, gira em torno da aprovação das reformas trabalhista e da Previdência no Congresso.
Colaborou SÃO PAULO
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