Donos da JBS põem empresas à venda para obter R$ 8 bilhões, diz agência
Zanone Fraissat - 29.ago.2013/Folhapress | ||
Wesley Batista e Joesley Batista, donos da J&F |
A J&F, holding que congrega os negócios dos irmãos Batista, planeja vender pelo menos R$ 8 bilhões em ativos no curto prazo, conforme informe da agência de classificação de risco Standard & Poor's. A S&P atribuiu a informação à administração da empresa.
De acordo com o relatório, a J&F já colocou à venda linhas de transmissão de energia e a Vigor Alimentos e estuda se desfazer ainda de Eldorado (celulose), Alpargatas (dona das Havaianas) e Flora (higiene e limpeza).
O mandato para vender a Vigor e as linhas de transmissão foi concedido ao Bradesco BBI e ao Santander, dois dos maiores credores do grupo.
A reportagem não conseguiu contato com a assessoria da J&F para comentar o relatório da agência. Oficialmente, a empresa vinha negando que estivesse vendendo ativos.
Para subsidiar suas avaliações sobre o risco de pagamento das dívidas das companhias, as agências de rating têm contato direto com a administração das empresas e acesso a informações privilegiadas.
Nesta quarta-feira (14), a S&P rebaixou a classificação de risco da J&F e de suas controladas JBS (proteína animal) e Eldorado. A agência relatou preocupação com o impacto nos negócios da delação premiada dos donos do grupo, os irmãos Joesley e Wesley Batista, que confessaram um amplo esquema de pagamento de propina a políticos.
GRUPO J&F - Faturamento total é de R$ 185 bilhões
Na avaliação dos especialistas da S&P, a capacidade da J&F de pagar suas dívidas está muito vinculada à venda de ativos, já que o fluxo de dividendos que recebe de suas empresas é restrito.
A holding J&F assumiu sozinha o compromisso de pagar a multa de R$ 10,3 bilhões do acordo de leniência em 25 anos, o que praticamente duplicou sua dívida. A J&F já tinha R$ 4,2 bilhões de dívida própria e R$ 7 bilhões de garantias fornecidas às subsidiárias, principalmente à Eldorado Celulose.
As parcelas do pagamento da multa podem variar entre R$ 400 milhões e R$ 850 milhões, enquanto os dividendos somaram R$ 92 milhões em 2014, R$ 213 milhões em 2015 e R$ 109 milhões no ano passado.
De Goiás para o mundo
.
Atentos a esse cenário, os grandes bancos brasileiros pressionam a J&F a dar mais garantias para rolar dívidas da JBS e de outras companhias do grupo. Eles querem atrelar esse fôlego adicional justamente à venda de ativos.
Segundo a Folha apurou, a expectativa dos banqueiros é de que um acordo possa sair em até um mês. A dificuldade tem sido acalmar o Itaú, que ameaça deixar as negociações e executar o cerca de R$ 1 bilhão que tem a receber.
Há risco de essa contar aumentar. A família Batista ainda tem de se acertar com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, onde a JBS mantém a maior parte de suas operações. O grupo também enfrenta questionamentos do TCU (Tribunal de Contas da União) e da CVM (Comissão de Valores Imobiliários).
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 17/04/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | -0,17% | 124.171 | (17h36) |
Dolar Com. | -0,48% | R$ 5,2424 | (16h59) |
Euro | -0,17% | R$ 5,5853 | (17h31) |