Desafio do design de embalagens é reduzir a sua pegada ambiental
Fotolia/Sablin | ||
Economia perde 95% das embalagens que produz após primeiro uso |
Elas nasceram para transporte e proteção contra Sol, chuvas, predadores e o passar do tempo.
Pacotes, trouxas, cestas e mocós feitos de folhas, cascas de árvores, fibras e peles foram as primeiras embalagens.
Com a atividade artesanal e industrial, foram sendo criados invólucros cada vez mais complexos. Ainda assim, se feitos com material orgânico, barro, tecido, papel, madeira, couro e ferro podem durar muito, mas se integram de alguma forma na natureza após o uso.
Aí vieram o petróleo e sua turma. Dos anos 1930 aos 1950, os processos de polimerização resultaram numa família de versáteis produtos que invadiu o mundo: acrílico, isopor, náilon, neoprene, PET, PVC, silicone, teflon e vinil entre eles.
Como o nome diz, são plásticos: tomam formas variadas. Nada mais adequado para poder embalar. Na agricultura, na indústria, no comércio, nas casas.
Transparentes ou coloridos, leves ou pesados, flexíveis ou duros, conservam gosto, cheiro e hidratação, protegem contra insetos, dividem conteúdos em porções, são empilháveis. Vieram de longe -são de origem fóssil- e duram demais.
Não sendo biodegradáveis, quando descartados permanecem no meio ambiente por centenas de anos.
Mas não ficam exatamente iguais. Sofrem modificações, reagem e soltam resíduos químicos, que contaminam água, ar e solo; se quebram em micropedaços e entram na cadeia alimentar dos animais.
Assim, se transformaram num dos maiores problemas do planeta.
Em busca de soluções para diminuir a pegada ambiental, as pesquisas em design e engenharia de produtos para embalagem têm pelo menos três focos: 1) produzir melhores plásticos recicláveis; 2) reciclar plásticos já existentes de forma eficaz; 3) criar novas estruturas orgânicas biodegradáveis.
Um exemplo de sucesso da primeira vertente é o plástico ou polietileno verde, feito com etanol da cana-de-açúcar: cem por cento reciclável, tem matéria prima renovável.
Mas nem tudo são flores. Não é biodegradável e, para produzi-lo, é necessário expandir ainda mais a agricultura da cana. A Brasken é pioneira no processo.
Na segunda vertente está uma experiência de um consórcio europeu para a reciclagem de PET, o Polymark.
O sistema consegue distinguir plásticos que tiveram ou não contato com alimentos, para poder encaminhar em rotas diferentes de reaproveitamento e dessa maneira garantir um reciclado seguro para reenvasamento.
Para fazer isso, são usados marcadores legíveis por sensores. As tecnologias de triagem baseadas em sensores são a chave para permitir a economia circular para plásticos.
Na terceira vertente, um exemplo interessante é a bolha Ooho!, uma membrana gelatinosa de algas e cloreto de cálcio, comestível e biodegradável. Pode ser utilizada para bebidas e cosméticos.
Está em fase de testes para água mineral em eventos esportivos e festivais na Europa. A empresa desenvolvedora, Skipping Rocks Lab, diz que sua fabricação consome cinco vezes menos gás carbônico e nove vezes menos energia que a produção de uma garrafa PET.
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