EUA impõem tarifa à Bombardier após queixa da Boeing sobre subsídios
Christinne Muschi - 17.fev.2016/Reuters | ||
Aviação CSeries 100, da Bombardier, visto em Montreal, no Canadá |
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos impôs nesta terça-feira (26) tarifas contra os subsídios aos jatos CSeries da Bombardier, depois que a rival Boeing acusou o Canadá de subsidiar injustamente a aeronave, numa decisão que provavelmente prejudicará as relações comerciais entre os vizinhos.
O departamento disse ter aplicado uma tarifa compensatória de 219,63% nas importações dos novos jatos comerciais da Bombardier após concluir preliminarmente sobre a prática de subsídio. A Boeing queixou-se de que os aviões de 110 a 130 assentos foram vendidos abaixo do custo no mercado norte-americano no ano passado, com a empresa canadense se beneficiando de subsídios injustos.
De acordo com a Boeing, um pedido de 75 jatos CSeries feito pela Delta Air Lines, em abril de 2016, decorreu das mesmas práticas prejudiciais de vendas que a rival Airbus empregou para ganhar negócios na década de 1990.
A penalidade do Departamento de Comércio contra a Bombardier só entrará em vigor se a Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (ITC) decidir em favor da Boeing em uma decisão final prevista para 2018.
"Estamos totalmente em desacordo com a decisão preliminar do Departamento de Comércio", disse a Bombardier em um comunicado, chamando a magnitude das tarifas propostas de "absurda".
Já a Boeing disse em comunicado que "esta disputa não tem relação com limitar a inovação ou a concorrência, o que consideramos positivo. Está relacionado a ter um quadro de igualdade e garantir que as empresas aeroespaciais respeitem os acordos comerciais".
EMBRAER
A brasileira Embraer celebrou a decisão do Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
A mbraer disse em uma declaração por e-mail que a decisão dos EUA reforça o argumento do Brasil perante a OMC (Organização Mundial do Comércio) de que os subsídios à Bombardier violam as obrigações comerciais do Canadá.
No entanto, uma fonte da indústria aeronáutica disse que a decisão dos EUA tem resultado misto para a Embraer, porque pode levar companhias aéreas a desistirem de comprar os jatos brasileiros por medo de atraírem represália comercial similar.
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