Netflix aumenta preços de assinaturas nos EUA pela primeira vez desde 2015
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Aumento de preços acontece em um momento em que a empresa investe na produção de conteúdo |
A Netflix anunciou o primeiro aumento desde 2015 nos preços de seus planos para os assinantes dos EUA, decisão que ajuda a bancar a dispendiosa programação original que tornou seu serviço tão popular nos últimos anos.
O plano básico continuará inalterado, em US$ 8 (R$ 25) ao mês. Mas seu plano padrão subirá de US$ 10 para US$ 11, e o plano premium subirá de US$ 12 para US$ 14. Os novos preços já estão em vigor para novos assinantes e serão aplicados aos clientes já existentes ainda neste mês.
O aumento dos preços nos EUA não afetará o Brasil, informou a empresa. O último reajuste da assinatura no país ocorreu em julho deste ano, quando o plano padrão subiu de R$ 22,90 para R$ 27,90. O premium foi de R$ 29,90 para R$ 37,90 –o plano básico permaneceu R$ 19,90.
A decisão agradou investidores e fez as ações da Netflix subirem 5,39%, mas marca um dilema para os usuários.
Além de seu impacto imediato sobre o consumidor americano, o aumento prenuncia um futuro no qual o mercado de streaming de vídeo será dominado por algumas poucas empresas que capturarão a maior parte do orçamento que as famílias dedicam a entretenimento.
Esse mercado amadureceu e é muito competitivo. Empresas como a Apple e a Viacom parecem preparadas para ingressar na disputa e cada vez há mais filmes e vídeos originais: é provável que a Netflix invista US$ 6 bilhões em conteúdo original neste ano.
Existem algumas indicações de que os consumidores estão dispostos a pagar por mais de um serviço, de acordo com Glenn Hower, analista da Parks Associates, que pesquisa sobre esse setor.
Ele disse que "2017 foi realmente a primeira vez que vimos a porcentagem de domicílios que assinam dois ou mais serviços de streaming superar claramente a porcentagem de domicílios que assinam um só serviço".
A questão é se há um limite para esse número. Alguns entusiastas já pagam por três e até quatro serviços de uma vez, disse Hower, mas esses consumidores tendem a gastar montantes significativos com TV a cabo e sistemas de vídeo como o Blu-ray e DVDs.
Mas, embora estejam acontecendo mudanças perceptíveis na maneira pela qual os consumidores alocam o orçamento que destinam à TV, o montante geral que gastam em entretenimento em vídeo não tem mudado muito ao longo do tempo, ele disse.
Há quem talvez espere que os usuários aumentem o número de serviços pagos em seu cardápio, mas essa ideia pode sofrer os mesmos efeitos adversos que resultam em um dilema quanto ao abandono da TV paga tradicional.
A lógica dita que alguns consumidores não abandonem seus serviços de TV a cabo porque o custo de um plano de internet mais diversos serviços de vídeo equivale ao de um pacote tradicional de TV a cabo –ou pelo menos chega tão perto disso que a diferença pouco importa.
Por isso, a proliferação de serviços ameaça forçar os consumidores a serem mais seletivos quanto as escolhas. "Podemos estar nos aproximando do ponto em que os serviços não poderão se sustentar com base no número atual de assinantes ou serão forçados a deixar o mercado pelos concorrentes maiores."
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