Tesouro reduz em R$ 600 milhões empréstimo para pagar salários no Rio
José Lucena/Futura Press/Folhapress | ||
Servidores da Cedae protestam contra privatização da empresa no centro do Rio |
O governo do Rio publicou nesta segunda-feira (9) edital para tomar empréstimo para pagar salários atrasados, uma das principais medidas do regime de recuperação fiscal assinado com a União no início de setembro. O valor da operação será de R$ 2,9 bilhões, R$ 600 milhões a menos do que o estimado inicialmente.
De acordo com a Secretaria de Fazenda do Rio, a redução do valor foi provocada por avaliação mais conservadora do valor da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto) pelo Tesouro Nacional. O empréstimo terá ações da Cedae como garantia.
A mudança na avaliação desagradou o governo do Rio, que avaliou a Cedae em R$ 7 bilhões –serão concedidas como garantia 50% das ações da estatal.
Em nota distribuída pelo governo estadual, o governador Luiz Fernando Pezão diz que o dinheiro do empréstimo vai garantir a quitação de atrasados e mais "uns três, quatro meses" de folha em dia.
O Rio ainda deve o 13º salário de 2016 a cerca de 127.000 servidores e aposentados, uma dívida de R$ 1,2 bilhão. Além disso, deve salários de agosto a 38.607 servidores e pensionistas, em um total de R$ 271,2 milhões.
Na semana que vem, vence a folha de setembro. Pezão disse que o governo trabalha para que não haja mais atrasos durante 2018. Desde 2016, o estado vem atrasando salários e faturas de fornecedores.
As propostas para a concessão do empréstimo serão recebidas no próximo dia 24. O governo do Rio estima que o dinheiro seja depositado aos servidores no início de novembro. Em entrevista recente, Pezão disse que 11 bancos haviam demonstrado interesse na operação.
A privatização da Cedae é uma das contrapartidas assumidas pelo governo do Rio para aderir ao regime de recuperação fiscal, que suspendeu o pagamento de parcelas da dívida com a União por três anos.
O processo de venda da companhia está sendo discutido com apoio do BNDES. Na quinta (5), o governo Pezão conseguiu derrubar uma liminar que suspendia a privatização da companhia, obtida a pedido do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Saneamento Básico e Meio Ambiente do Rio de Janeiro.
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