Livraria Cultura compra e-commerce de livros Estante Virtual
Apu Gomes/Folhapress | ||
Loja antiga da Livraria Cultura no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, em São Paulo |
A Livraria Cultura anunciou nesta terça-feira (26) a compra da plataforma on-line Estante Virtual.
A Estante Virtual, que se denomina um "marketplace" de livros, ou seja, um vendedor on-line de produtos de terceiros, informa que tem 4 milhões de clientes cadastrados e 17,5 milhões de livros vendidos.
A Estante Virtual entrou no mercado há mais de dez anos como um portal de venda de livros novos e usados.
"As práticas da Estante convergem com os valores da Cultura, uma empresa que começou justamente alugando livros novos e usados, como quis minha avó, Eva Herz", disse Sergio Herz, presidente da Livraria Cultura e da Fnac Brasil, em comunicado.
O valor da compra da Estante Virtual não foi divulgado.
O negócio vem na esteira de outros movimentos da Livraria Cultura no meio digital. A empresa passou a cuidar recentemente da operação de e-commerce da Cnova, rede que reúne Casas Bahia, Ponto Frio e Extra. As três lojas sempre venderam livros populares, como os de padres, saúde e autoajuda.
FINANÇAS DELICADAS
A Livraria Cultura neste ano também comprou a operação brasileira da Fnac, multinacional francesa com 12 lojas em sete Estados. A rede brasileira, por sua vez, tem 18 livrarias no país.
A notícia surpreendeu o mercado na época em razão da situação financeira delicada da Cultura, a terceira no segmento livreiro no país.
Apesar do anúncio de compra, a operação Fnac/Cultura envolveu uma injeção de recursos por parte da própria Fnac, que pagou para que a Cultura assumisse a subsidiária da multinacional no Brasil. Ao passar a empresa para a frente, os franceses da Fnac estariam se livrando de arcar com os custos ligados ao fechamento.
O negócio com a Estante seguiria na mesma lógica, já que a Cultura, apesar das notícias de fragilidade financeira, estaria ainda em melhor situação.
Para a Cultura, os acordos significam uma chance de elevar escala, aprimorar distribuição e fortalecer sua atuação na internet. A empresa projeta um aumento de mais de 60% nas transações on-line nos próximos dois anos.
A aquisição da Estante é também uma forma de a Cultura se aproximar da concorrente Amazon, que, em abril, começou a vender livros novos e usados em seu site no Brasil.
Procurada, a Cultura não quis dar entrevista.
Após um 2016 com resultados negativos, em 2017, no acumulado do ano até novembro, o mercado de livros cresceu 5,89% em volume e de 6,63% em valor na comparação com o mesmo período do ano anterior. (
Livraria da Folha
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