Motoristas de apps devem fazer curso com noções de localização

MARA GAMA
DE SÃO PAULO

Motoristas com mais informações sobre a cidade e maior controle sobre idade de veículos em circulação são promessas das novas regras dos aplicativos de transporte de São Paulo que podem afetar diretamente a vida do consumidor.

As novas normas passam a valer oficialmente a partir desta quarta, apesar das dúvidas sobre responsabilidades e fiscalização e da pressão das empresas contra a regulamentação.

O serviço de aplicativos de transportes começou a ser regulamentado durante a administração de Fernando Haddad (PT), quando as empresas desse setor passaram a pagar por km rodado, como forma de taxação para manutenção das vias e equiparação com as taxas cobradas dos taxistas regulares.

Durante a última semana, uma queda de braço entre as empresas de aplicativos e a prefeitura flexibilizou prazos e algumas das regras.

CURSO

O regulamento prevê que os veículos terão de ter no máximo de cinco anos, passarão por uma inspeção da própria empresa, para obter um certificado de segurança, devem ter placa da cidade e adesivo do aplicativo a que pertencem.

Geolocalização, atendimento a gestantes, idosos e pessoas com deficiência e segurança no transporte dos usuários fazem parte do cardápio de temas do curso de 16 horas que deve ser feito pelos motoristas, sem necessidade de presença. As aulas também abordarão direção defensiva, respeito à circulação dos veículos de transporte coletivo, higiene do veículo, equipamentos obrigatórios e primeiros socorros.

Motoristas também deverão seguir um figurino. Roupa social, esporte fino ou camisa polo e calça jeans. Nada de camisetas e bermudas.

Segundo a prefeitura, as duas primeiras semanas serão de conscientização. Depois disso, podem ser aplicadas multas aos motoristas e às empresas.

A Folha publicou uma lista de perguntas e respostas sobre o tema.

RECLAMAÇÕES

Pesquisa realizada na tarde desta segunda, 8 de janeiro, no site Reclame Aqui mostra que entre 3,6% e 4,6% das reclamações dos consumidores dos três maiores serviços de transporte que funcionam por aplicativos se referem aos motoristas.

Nos dados referentes aos últimos 12 meses, a Uber, que tem um total de 53.954 reclamações, teve 2.479 (4,48%) queixas sobre comportamento de motoristas. Na 99 Táxis, com 14.385 reclamações, foram 521 (3,6%) e na Cabify, com 11.094 reclamações, 506 foram sobre os condutores (4,6%). Os dados se referem a todas as cidades em que essas empresas atuam.

Corridas recusadas, cancelamentos sem justificativa, falta de informação sobre trajetos e localizações e preconceito com passageiros estão entre os assuntos das mensagens deixadas por usuários no site.

Erramos: o texto foi alterado
São taxas municipais, e não impostos, como dizia versão anterior deste texto, que são cobradas de taxistas.
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