Após 11 altas, Bolsa brasileira fecha em baixa em dia de realização de lucros

Crédito: Diego Padgurschi /Folhapress Bolsa brasileira interrompe sequência de 11 altas e se desvaloriza em dia de realização de lucros
Bolsa brasileira interrompe sequência de 11 altas e se desvaloriza em dia de realização de lucros

DE SÃO PAULO

A Bolsa brasileira interrompeu a melhor sequência de valorizações registrada desde julho de 2010 e fechou em baixa nesta terça (9), com os investidores aproveitando para embolsar lucro nesta sessão. O dólar seguiu o exterior e fechou em alta em relação ao real, a R$ 3,24.

O Ibovespa, índice das ações mais negociadas da Bolsa, teve queda de 0,65%, para 78.863 pontos. Foi a primeira baixa após 11 sessões seguidas de alta. O volume financeiro negociado ficou em R$ 9,3 bilhões, contra giro médio diário de R$ 8,4 bilhões.

O dólar comercial subiu 0,27%, para R$ 3,247. O dólar à vista subiu 0,48%, para R$ 3,249.

Os investidores aproveitaram a sessão para embolsar ganhos, apesar do bom humor no exterior, onde os mercados americanos bateram novos recordes.

"Hoje foi um dia de realização de lucros, de acomodação dos preços após as altas", afirma Marcelo Faria, gestor de renda variável da Porto Seguro Investimentos.

Mas a tendência ainda é de alta, avalia Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos. "O cenário internacional tem ajudado bastante a Bolsa brasileira, o cenário não muda muito em relação ao que vimos em 2017. Depois de dois anos seguidos de forte valorização, e em ano eleitoral, estamos nos aproximando do período mais volátil da Bolsa."

Nesta sessão, investidores analisaram dados de vendas no varejo do Brasil de novembro –houve crescimento de 0,7% em relação a outubro. Contribuíram para o indicador vendas melhores de artigos de uso pessoal e doméstico (8%) e móveis e eletrodomésticos (6,1%).

Também houve impacto das festas de final de ano, além da redução da inflação e da taxa de juros.

AÇÕES

Das 64 ações do Ibovespa, 42 caíram, 18 subiram e quatro ficaram estáveis.

As ações da CSN lideraram as altas, com ganho de 2,71%. A WEG se valorizou 1,62%, e a Fibria fechou com alta de 1,57%.

Entre as maiores baixas, os papéis preferenciais da Eletrobras caíram 4,23%. Os ordinários da estatal perderam 3,97%, e as ações da JBS caíram 3,4%.

Os papéis da Petrobras encerraram o dia estáveis. Os preferenciais terminaram cotados a R$ 17,03, e os ordinários, a R$ 18,12. O dia foi de forte valorização dos preços do petróleo, após a avaliação de que a produção da commodity continua a cair.

As ações ordinárias da Vale fecharam em baixa de 0,37%, para R$ 43,07, em dia de alta do minério de ferro no exterior.

No setor financeiro, os bancos recuaram. O Itaú Unibanco caiu 1,09%. As ações preferenciais do Bradesco tiveram baixa de 0,93%, e as ordinárias caíram 0,76%. O Banco do Brasil teve queda de 0,95%. As units –conjunto de ações– do Santander Brasil recuaram 0,71%.

DÓLAR

No mercado cambial, o dólar ganhou força ante 26 das 31 principais divisas mundiais.

A apreciação ocorreu após o banco central chinês mudar a forma como gerencia o yuan, com alterações no fator contracíclico. A notícia fez a moeda chinesa ter a maior queda em dois meses.

O CDS (Credit Default Swap, espécie de seguro contra calote) do Brasil interrompeu sequência de 12 quedas e subiu 0,02%, para 146 pontos.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados tiveram desempenho misto. O contrato para abril de 2018 teve alta de 6,725% para 6,735%. O para janeiro de 2019 se manteve estável em 6,810%.

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