Start-ups financeiras crescem em setores como empréstimo e poupança

VALÉRIA FRANÇA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As start-ups financeiras brasileiras têm encontrado espaço para crescer em nichos tradicionais, como empréstimos ou planos de poupança, com a oferta de serviços menos burocráticos e de mais fácil acesso.

É o caso do Bom pra Crédito, criado em 2013 por Ricardo Kalichsztein, 46, que antes da empreitada trabalhava como consultor de análise de risco de crédito em bancos.

"A burocracia para análise do cliente é tão longa que o indivíduo, que já não passa por um bom momento, desiste de repetir o processo em outra financiadora apenas para comparar taxas", afirma Kalichsztein.

No site do Bom pra Crédito, o interessado em fazer um empréstimo preenche um cadastro que é automaticamente avaliado pelo sistema criado na plataforma. O relatório é então distribuído entre instituições financeiras, que mandam as suas propostas de empréstimo.

Crédito: Editoria de Arte/Folhapress A queridinha das start-ups

"É um jeito eficiente para os bancos venderem seus produtos", diz o empresário.

A plataforma já possui 1,5 milhão de clientes e 25 empresas parceiras. No ano passado recebeu um aporte de R$ 6 milhões.

Mais nova no mercado, a Ciclic foi lançada em novembro passado como a primeira fintech brasileira de previdência complementar.

O site, que visa a geração mais jovem e habituada a fazer tudo pelo celular, oferece a simulação e a contratação de planos de poupança totalmente on-line. A ideia é que sejam reservas para projetos de curto e médio prazo, como viagens, compra de um carro ou festa de casamento.

"A ideia é se comunicar com o público que ainda não pensa em se aposentar, mas procura opções de investimentos", diz Raphael Swierczynski, 42, CEO da Ciclic, criada em parceria com a BB Seguridade e a Principal Financial Group.

NOVO PERFIL

Outro que aposta no caminho das fintechs é o banco CBSS, do Banco do Brasil e do Bradesco.

Criado em 2015 como um banco tradicional voltado ao público de baixa renda, hoje o CBSS é voltado à criação e teste de novas tecnologias financeiras, de olho em consumidores de 20 a 40 anos e adeptos da tecnologia.
"Estamos fechando parceria com as principais fintechs do setor", diz o presidente Carlos Giovane, 48. A primeira foi o Bom pra Crédito e a ideia é chegar a 30% delas até o fim do ano.

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