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Entidades de defesa da criança pedem ao Facebook fim do Messenger Kids

Crédito: Divulgação A judoca Stefannie Arissa Koyama, que disputará o Mundial de Budapeste pela seleção brasileira
Facebook lançou nos EUA Messenger Kids, para crianças com menos de 13 anos
The Washington Post

Mais de cem organizações de defesa da criança e da sociedade civil, especialistas médicos e outros indivíduos estão instando o Facebook a tirar do ar seu aplicativo Messenger para crianças, sob o argumento de que o software acarreta riscos para a saúde e o desenvolvimento delas.

Em iniciativa organizada pela Campanha por uma Infância Livre de Comerciais, 19 organizações, entre as quais a Common Sense Media e a Public Citizen, assinaram uma carta que será enviada a Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook.

A iniciativa é o mais recente exemplo de crítica à adoção de tecnologia digital em idade prematura e faz parte de uma onda mais ampla de reação à influência crescente do Vale do Silício.

Acionistas da Apple, por exemplo, pediram que a empresa tome providências para evitar o vício em iPhone.

Os signatários do manifesto contra o Messenger Kids afirmam que as crianças não estão preparadas para relacionamentos on-line e que lhes falta compreensão sobre privacidade e sobre o modo correto de compartilhar textos, imagens e vídeos.

Mencionando pesquisas que apontam para uma possível conexão entre o uso de mídia social e uma incidência mais alta de depressão entre os adolescentes, a carta afirma que seria irresponsável, da parte do Facebook, expor crianças em idade pré-escolar a um serviço semelhante.

Além disso, os signatários expressaram preocupação quanto a um tempo maior de uso de eletrônicos por crianças pequenas e afirmaram que isso interferiria no desenvolvimento de capacidades cruciais, como interpretar emoções humanas, postergar a gratificação de desejos e se engajar com o mundo físico.

Em resposta, Antigone Davis, vice-presidente mundial de segurança do Facebook, disse que a rede trabalha com um "comitê de especialistas em questões familiares e desenvolvimento infantil, na criação do Messenger Kids, em parceria com a National PTA [associação nacional de pais e mestres dos EUA]".

O Facebook enfatizou que o Messenger Kids não contém publicidade e afirmou que os pais que usam o app dizem que ele os ajuda a manter contato com seus filhos durante as horas de trabalho ou quando eles não estão em casa.

O Messenger Kids foi lançado no fim de 2017. Ele permite que crianças de menos de 13 anos de idade se conectem com outras pessoas por meio de chats de texto e vídeo, em conversas a dois ou em grupo.

O app requer permissão dos pais para assinatura, e todo contato adicionado precisa ser aprovado por um pai.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

The Washington Post  

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