Depois de uma queda generalizada que ligou o sinal de alerta dos investidores, os mercados esboçaram recuperação nesta terça-feira (6). Os indicadores americanos voltaram a acumular ganhos no ano e a Bolsa brasileira subiu com força, impulsionada por Vale, Petrobras e bancos.
O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, avançou 2,48%, para 83.894 pontos. O volume negociado foi de R$ 17 bilhões, enquanto o volume médio diário do ano está em R$ 8,9 bilhões.
O dólar fechou praticamente estável. O dólar comercial caiu 0,03%, para R$ 3,247. O dólar à vista recuou 0,02%, para R$ 3,242.
Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones voltou a ficar no azul no ano, após zerar os ganhos na última segunda. Nesta sessão, a alta foi de 2,33%, para 24.912 pontos. Em um dia, o indicador ganhou 567 pontos, maior variação em dois anos. Em 2018, a alta está em 0,8%.
O S&P 500 subiu 1,74%, para 2.695 pontos. No ano, sobe 0,8%. E o índice da Bolsa Nasdaq se valorizou 2,13%, para 7.115 pontos --em 2018, o avanço é de 3,08%.
A queda da sessão anterior teve como pano de fundo a preocupação com altas adicionais nos juros nos Estados Unidos, diante de dados de mercado de trabalho fortes e que mostram aumento nos salários dos trabalhadores, o que pode pressionar a inflação no país.
O início da sessão ainda foi de preocupação, após o Dow Jones abrir com mais de 500 pontos de queda ante a sessão anterior --na qual já havia batido o recorde negativo de maior perda de pontos da história.
Ao longo do dia, o temor foi se dissipando e o mercado firmou em terreno positivo. Para Alvaro Bandeira, economista-chefe do home broker Modalmais, o pregão viu as Bolsas se ajustando para situações internacionais e locais.
A tendência, porém, ainda é de alta no longo prazo, motivada pela recuperação das economias globais e por um cenário de excesso de liquidez no exterior em meio a taxas de juros muito baixas nos países desenvolvidos.
"Parece claro que ainda vamos ter grande volatilidade nos dias que correm, mas o cenário básico não mudou: a economia global está claramente em recuperação e isso influencia os resultados de empresas, a produtividade e a lucratividade", afirmou, em relatório.
AÇÕES
Das 64 ações que compõem o Ibovespa, 16 caíram, 46 subiram e duas se mantiveram estáveis.
A Tim protagonizou a maior alta do índice, ao subir 6,98%. Na noite de segunda, a empresa divulgou aumento de 66% no lucro líquido no quarto trimestre, para R$ 604 milhões, com clientes migrando para planos mais caros em linha com a recuperação economia.
A Gerdau se valorizou 6,04%. As ações ordinárias e preferenciais da Eletrobras subiram, respectivamente, 5,56% e 5,49%.
Já Multiplan (-2,29%), Iguatemi (-1,83%) e Fibria (-1,52%) representaram as maiores baixas.
A valorização do Ibovespa foi ajudada pelas ações de bancos. O Itaú Unibanco, que divulgou resultado na noite de segunda, subiu 3,60%. As ações preferenciais do Bradesco subiram 2,38%, e as ordinárias avançaram 2,91%. O Banco do Brasil ganhou 4,39%. As units --conjunto de ações-- do Santander Brasil tiveram alta de 3,64%.
As ações da Petrobras subiram quase 5%, em contexto de queda dos preços do petróleo no exterior. Os papéis preferenciais da estatal subiram 4,99%, para R$ 19,99. As ações com direito a voto se valorizaram 5,01%, para R$ 21,60.
As ações ordinárias da mineradora Vale ganharam 5,25%, para R$ 42,47, em dia de alta do minério no exterior.
CÂMBIO
O dólar perdeu força ante 22 das 31 principais moedas do mundo.
O Banco Central voltou a intervir no mercado cambial nesta sessão. O BC vendeu 9.500 contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento em março, no total de US$ 475 milhões.
O CDS (credit default swap, termômetro de risco-país) do Brasil recuou 2,26%, para 153,7 pontos.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados tiveram resultados mistos. O contrato com vencimento em abril de 2018 recuou de 6,651% para 6,645%. Já o contrato para janeiro de 2019 subiu de 6,820% para 6,830%.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.