Descrição de chapéu dólar câmbio Itaú

Após correção, Bolsa brasileira e índices americanos sobem

Dow Jones, dos EUA, sobe 2,3%, após maior queda em pontos da história

Operadores na Bolsa de Nova York: Dow Jones se recupera da pior queda diária da história
Operadores na Bolsa de Nova York: Dow Jones se recupera da pior queda diária da história - Spencer Platt/Getty Images/AFP
Danielle Brant
São Paulo

Depois de uma queda generalizada que ligou o sinal de alerta dos investidores, os mercados esboçaram recuperação nesta terça-feira (6). Os indicadores americanos voltaram a acumular ganhos no ano e a Bolsa brasileira subiu com força, impulsionada por Vale, Petrobras e bancos.

O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, avançou 2,48%, para 83.894 pontos. O volume negociado foi de R$ 17 bilhões, enquanto o volume médio diário do ano está em R$ 8,9 bilhões.

O dólar fechou praticamente estável. O dólar comercial caiu 0,03%, para R$ 3,247. O dólar à vista recuou 0,02%, para R$ 3,242.

Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones voltou a ficar no azul no ano, após zerar os ganhos na última segunda. Nesta sessão, a alta foi de 2,33%, para 24.912 pontos. Em um dia, o indicador ganhou 567 pontos, maior variação em dois anos. Em 2018, a alta está em 0,8%.

O S&P 500 subiu 1,74%, para 2.695 pontos. No ano, sobe 0,8%. E o índice da Bolsa Nasdaq se valorizou 2,13%, para 7.115 pontos --em 2018, o avanço é de 3,08%.

A queda da sessão anterior teve como pano de fundo a preocupação com altas adicionais nos juros nos Estados Unidos, diante de dados de mercado de trabalho fortes e que mostram aumento nos salários dos trabalhadores, o que pode pressionar a inflação no país.

O início da sessão ainda foi de preocupação, após o Dow Jones abrir com mais de 500 pontos de queda ante a sessão anterior --na qual já havia batido o recorde negativo de maior perda de pontos da história.

Ao longo do dia, o temor foi se dissipando e o mercado firmou em terreno positivo. Para Alvaro Bandeira, economista-chefe do home broker Modalmais, o pregão viu as Bolsas se ajustando para situações internacionais e locais.

A tendência, porém, ainda é de alta no longo prazo, motivada pela recuperação das economias globais e por um cenário de excesso de liquidez no exterior em meio a taxas de juros muito baixas nos países desenvolvidos.

"Parece claro que ainda vamos ter grande volatilidade nos dias que correm, mas o cenário básico não mudou: a economia global está claramente em recuperação e isso influencia os resultados de empresas, a produtividade e a lucratividade", afirmou, em relatório.

 
Aqui no Brasil, a queda da taxa básica de juros é um dos principais fatores que devem levar os investidores a continuar olhando para a renda variável em busca de retorno. Nesta quarta (7), o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) deve reduzir em 0,25 ponto percentual a taxa básica Selic, para 6,75%, na avaliação de economistas.

AÇÕES

Das 64 ações que compõem o Ibovespa, 16 caíram, 46 subiram e duas se mantiveram estáveis.

A Tim protagonizou a maior alta do índice, ao subir 6,98%. Na noite de segunda, a empresa divulgou aumento de 66% no lucro líquido no quarto trimestre, para R$ 604 milhões, com clientes migrando para planos mais caros em linha com a recuperação economia.

A Gerdau se valorizou 6,04%. As ações ordinárias e preferenciais da Eletrobras subiram, respectivamente, 5,56% e 5,49%.

Já Multiplan (-2,29%), Iguatemi (-1,83%) e Fibria (-1,52%) representaram as maiores baixas.

A valorização do Ibovespa foi ajudada pelas ações de bancos. O Itaú Unibanco, que divulgou resultado na noite de segunda, subiu 3,60%. As ações preferenciais do Bradesco subiram 2,38%, e as ordinárias avançaram 2,91%. O Banco do Brasil ganhou 4,39%. As units --conjunto de ações-- do Santander Brasil tiveram alta de 3,64%.

As ações da Petrobras subiram quase 5%, em contexto de queda dos preços do petróleo no exterior. Os papéis preferenciais da estatal subiram 4,99%, para R$ 19,99. As ações com direito a voto se valorizaram 5,01%, para R$ 21,60.

As ações ordinárias da mineradora Vale ganharam 5,25%, para R$ 42,47, em dia de alta do minério no exterior.

CÂMBIO

O dólar perdeu força ante 22 das 31 principais moedas do mundo.

O Banco Central voltou a intervir no mercado cambial nesta sessão. O BC vendeu 9.500 contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento em março, no total de US$ 475 milhões.

O CDS (credit default swap, termômetro de risco-país) do Brasil recuou 2,26%, para 153,7 pontos. 

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados tiveram resultados mistos. O contrato com vencimento em abril de 2018 recuou de 6,651% para 6,645%. Já o contrato para janeiro de 2019 subiu de 6,820% para 6,830%.

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