Bitcoin afunda 20,9% e tem pior semana em 3 anos

No ano, a queda já alcança 40,1% 

Danielle Brant
São Paulo

Não foram só os mercados acionários que tiveram uma semana ruim. O bitcoin, criptomoeda que se valorizou 1.403% no ano passado, despencou 20,9% nos últimos cinco dias, em meio a preocupações com aumento da regulação sobre as moedas virtuais no mundo. No ano, a queda já alcança 40,1%.

Nesta sexta (2), a criptomoeda atingiu o valor mínimo de US$ 7.614, mas conseguiu se recuperar e fechou cotada a US$ 8.569 --o menor preço registrado desde 24 de novembro do ano passado.

O temor de que esse mercado seja regulado preocupa investidores. Na quinta-feira (1º), a Índia prometeu proibir o uso de criptomoedas, em uma decisão que acompanha China e Coreia do Sul na promessa de impedir essas transações.

Os dois últimos países estão entre os principais mercados de bitcoins e outras moedas virtuais.

O G20, grupo que reúne as economias mais desenvolvidas, também deve discutir uma estrutura regulatória mundial para as criptomoedas na conferência que realizará em março. O objetivo é introduzir regras que protejam os investidores e previnam atividades ilícitas.

A queda desta semana trouxe o valor de mercado total das criptomoedas para cerca de US$ 409 bilhões, metade da máxima alcançada em janeiro, de acordo com informações do site Coinmarketcap.com.

A preocupação acabou contaminando outras moedas. A ethereum caiu 13,5% e a ripple recuou 26,9% na semana. Não são só governos e organismos multilaterais que estão apertando o cerco contra moedas virtuais. Na terça (30), o Facebook disse que vai banir anúncios que promovam produtos financeiros e serviços atrelados a criptomoedas, assim como ofertas iniciais de moedas.

Além da questão regulatória, ataques hackers têm preocupado investidores.

Na semana passada, a Bolsa de criptomoedas Coincheck, sediada em Tóquio, informou que sofreu um roubo de 58 bilhões de ienes (cerca de R$ 1,7 bilhão) em moedas NEM.

O fato reforçou preocupações de segurança. A Coincheck disse que vai devolver os recursos a cerca de 260 mil donos de moedas em ienes.

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