Cetesb multa empresa por embarcar carga viva sem licença em Santos

O terminal Ecoporto foi multado em R$ 450 mil com base em uma lei estadual

Imagem aérea do navio NADA responsável por transportar mais de 25 mil cabeças de gado
Imagem aérea do navio NADA responsável por transportar mais de 25 mil cabeças de gado - Leonardo Benassatto/FramePhoto/Folhapress
Martha Alves
São Paulo

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) multou em R$ 450 mil o terminal Ecoporto, no Porto de Santos, pelo embarque de bois vivos para exportação em um navio sem licença ambiental.

Segundo a companhia, o navio causou desconforto em toda a cidade devido ao forte cheiro de estrume que se espalhou por vários bairros. A empresa foi autuada com base em uma lei estadual que trata de infrações e sanções administrativas relacionadas ao meio ambiente.

Em janeiro, mais de 25 mil bois foram embarcados no navio Nada, atracado no porto, para serem levados a Turquia para abate.

Durante o embarque, uma entidade de proteção animal entrou com ação na Justiça pedindo o desembarque do gado do alegando maus tratos. Os animais tinham viajado cerca de 400 km de caminhão até o porto, onde o navio estava ancorado.

A Justiça Federal havia determinado o desembarque do gado, mas um pedido da AGU (Advocacia-Geral da União) derrubou a proibição. Segundo a AGU, o retorno dos bois ao território nacional demandaria uma operação de 30 dias, 60 pessoas e 820 caminhões.

O órgão também argumentou que havia risco de trazer pragas e doenças ao país, já que a embarcação continha alimentos de origem estrangeira, aos quais o gado foi exposto.

A Justiça pediu o relatório de uma veterinária, que verificou imensa quantidade de urina e excrementos, que tornariam difícil a respiração no navio, animais alocados (...) em espaços exíguos menores que 1 m por indivíduo, impedindo qualquer tipo de descanso ou passeio para o animal.

Um laudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) contestou essa análise, e disse que os currais estavam limpos, bem dimensionados, com piso adequado a movimentação animal.

A Justiça acatou o pedido da AGU, derrubou a proibição de exportar os animais vivos e o navio seguiu viagem a Turquia.

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