Criação de ministério para segurança é 'mal menor' nas contas

Governo divulgou a intenção de criar um Ministério da Segurança Nacional 

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezao, leva a mão ao rosto; ao lado, o ministro da Defesa, Raul Jungmann
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezao, e o ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante assinatura de decreto para intervenção - Eraldo Peres/AP
Flavia Lima
São Paulo

Para um presidente que assumiu o governo tendo a redução da máquina pública e o controle de gastos entre as suas principais bandeiras, a ideia de criar um Ministério da Segurança Nacional --ao lado de outras medidas, como o aumento dado ao funcionalismo público e a elevação do número de cargos em comissão-- não é bem recebida por analistas, mas é um "mal menor".

"Um ministério a mais ou a menos não muda o quadro geral do forte desequilíbrio fiscal brasileiro", diz Affonso Celso Pastore, da AC Pastore & Associados.

Para o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, se a urgência da questão da segurança no Rio de Janeiro for tal como se apregoa, aumentar o gasto será "o menor dos problemas".

Na sexta (16), o governo anunciou intervenção como forma de combater a violência no Estado e divulgou a intenção de criar o ministério.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, a criação de um novo ministério em um contexto de necessidade de corte de gastos é ruim.

"Se ficar só nisso, ok. Que não venham medidas de caráter populista com interesse eleitoral", diz Vale.

Leonardo Ribeiro, analista do Senado e especialista em contas públicas, lembra que, além de um eventual novo ministério, os gastos para manutenção do Exército durante a intervenção também oneram o Orçamento.

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