Data limite para reforma da Previdência é fevereiro, diz Marun

De acordo com ministro, governo reconhece "desafio" na conquista de votos

O ministro chefe da secretaria geral da PR Carlos Marun, fala com a imprensa após reunião com o presidente Michel Temer no Palácio da Alvorada
O ministro chefe da secretaria geral da PR Carlos Marun, fala com a imprensa após reunião com o presidente Michel Temer no Palácio da Alvorada - Pedro Ladeira/Folhapress
 
Talita Fernandes
Brasília

Depois de se reunir com o presidente Michel Temer nesta quarta-feira (14), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS), disse que fevereiro é a "data limite" para votação da reforma da Previdência. "A data limite é fevereiro. Está chegando a hora da verdade. O Brasil mais uma vez está marcando um encontro com a sua história. Espero que não falte ao compromisso", disse.

Ele disse ainda que o governo permanece confiante sobre a aprovação, mas reconhece que existe um "desafio" na conquista de votos necessários.

Por se tratar de uma PEC (proposta de emenda à Constituição), são necessários no mínimo 308 votos favoráveis para que a reforma seja aprovada. A votação deve ainda acontecer em dois turnos no plenário da Câmara antes de seguir para análise dos senadores.

De acordo com Marun, pelas contas do governo faltam ainda 40 votos para alcançar os 308.

A votação da reforma da Previdência, cuja discussão está marcada para ter início na próxima semana, será ainda tema de uma conversa de Marun com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Questionado sobre se o projeto será colocado em votação mesmo sem o apoio necessário, ele disse que essa decisão cabe a Maia, que já sinalizou que só submeterá o projeto para crivo dos deputados se houver margem suficiente para aprovação.

Marun disse ainda que na próxima segunda-feira (19) Maia deve fazer uma reunião com os líderes dos partidos na Câmara para uma avaliação mais atualizada do apoio das legendas às mudanças na Previdência.

Para ele, as pessoas que atualmente resistem em apoiar a reforma são aquelas "desinformadas" ou as que "defendem as suas próprias regalias".

Segovia

O ministro comentou ainda as declarações feitas na última semana pelo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, de que a tendência era de arquivar a investigação contra o presidente Temer. Ele disse que foi feita uma "tempestade em copo d'água" e que o diretor da PF disse apenas o "óbvio".

A fala do diretor resultou em um despacho do ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), intimando Segovia a prestar esclarecimentos sobre o caso, por se tratar de uma investigação ainda em curso.

"Penso que já vimos promotores, delegados prestando informações sobre inquéritos em andamento. Não vejo novidade, até estranho uma grande celeuma em torno deste assunto", declarou.

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