Governo discute ações de comunicação para defender privatização da Eletrobras

Plano do governo é viabilizar a privatização da Eletrobras por meio de um projeto de lei

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Homem pedala em frente a postes de alta tensão em Brasília
Homem pedala em frente a postes de alta tensão em Brasília - REUTERS
Reuters

O governo federal promoverá uma ampla reunião no Palácio do Planalto na tarde desta segunda-feira (19) para discutir possíveis ações de comunicação em defesa do processo de privatização da Eletrobras, que as autoridades pretendem concluir ainda em 2018.

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, disse à Reuters que o encontro acontece em um momento em que o governo começa a ver uma menor oposição aos planos de desestatização da elétrica, anunciados pela primeira vez em agosto passado.

"Constantemente, a posição na imprensa e nas mídias sociais tem sido favorável à tese da privatização. É uma coisa que a repercussão vem sendo favorável desde o final do ano passado", afirmou.

O plano do governo é viabilizar a privatização da Eletrobras por meio de um projeto de lei já enviado pelo Planalto ao Congresso Nacional. Mas existe alguma resistência de parlamentares à medida, com significativa movimentação pela criação de frentes contra a proposta, que também sofre oposição principalmente de sindicatos de funcionários da estatal e partidos de esquerda.

Agendada para começar às 15h, a reunião em Brasília contará com presença de Pedrosa e do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, além do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr.

Ainda acompanham o encontro o secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, Joaquim Lima, o subsecretário de Comunicação Digital da pasta, Wesley Santos, e o marqueteiro Elsinho Mouco, da agência Isobar, contratado para definir estratégicas de comunicação do governo do presidente Michel Temer, segundo agenda da pasta de Minas e Energia.

Um dos assuntos a ser avaliado durante a reunião é a eventual realização pelo governo federal de uma campanha oficial em defesa da proposta de privatização da Eletrobras.

Não é certo, no entanto, se uma decisão sobre uma possível campanha será tomada de imediato, uma vez que esse é o primeiro encontro para tratar das estratégias de comunicação no processo de desestatização.

No final do ano passado, uma pesquisa do Datafolha que mostrou que 70% dos brasileiros seriam contrários a privatizações em geral acendeu um sinal de alerta no governo e inclusive ajudou a atrasar algumas medidas envolvidas no processo da Eletrobras.

Agora, a sensação em Brasília é de que o pior já passou, segundo Pedrosa.

"Os mapas hoje, posso lhe dizer, são bem positivos, em repercussão, em mídia social. O tema ele teve um momento de muito ataque, mas vai diminuindo a reação, inclusive quando mais elementos são apresentados", afirmou, sem citar dados.

A consultoria Medley Global Advisors (MGA) publicou em relatório no final de janeiro que o governo federal tem discutido a possibilidade de lançar uma campanha em defesa da privatização da Eletrobras que compararia a medida à desestatização da Telebras, realizada em 1998.

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