'Papel Fantasma' apura fraude nos municípios

Daniel Camargos
São Paulo

Apurações de possíveis fraudes em fundos de previdência envolvendo instituições e consultorias da área financeira não estão restritas a grandes instituições, com o Postalis, dos funcionários dos Correios. Em julho do ano passado, a Polícia Federal deflagrou a operação Papel Fantasma, para apurar irregularidades em institutos de previdência ligados às prefeituras paulistas.

O crime, segundo a PF, envolve a aquisição de papéis sem lastro por um fundo de investimento, cujos cotistas são seis institutos de previdências municipais. Os recursos da previdência são administrados pelas prefeituras, que, por sua vez, podem repassar a gestão para empresas especializadas com o argumento de elevar o rendimento.

 

A investigação começou quando uma corretora de valores que administrava capital de institutos de previdência adquiriram debêntures emitidos por uma empresa fantasma, com patrimônio incompatível para os títulos. A fraude, segundo a PF, pode gerar um prejuízo de "centenas de milhões de reais".

Os principais lesados são aposentados e pensionistas, pois o prejuízo recai sobre os cotistas dos fundos de Previdência.

Uma das citadas pela PF foi a Gradual Investimentos, que alegou ser vítima de "falsas acusações e ações de denuncismo" orquestrados por uma gestora de fundos e um escritório de advocacia. A Gradual disse ainda, em nota, que cumpre as regras do mercado de capitais e que: "não compactua com práticas ilícitas".

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