SBT suspende entrevista com Meirelles no 'Programa do Ratinho'

Ministro falava sobre reforma da Previdência, mas governo adiou votação

O ministro Henrique Meirelles e o apresentador Ratinho no estúdio do programa posam para foto
O ministro Henrique Meirelles durante gravação do 'Programa do Ratinho' - Divulgação

 
São Paulo

A direção do canal SBT suspendeu a transmissão da entrevista com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que iria ao ar nesta segunda-feira (19) durante o "Programa do Ratinho".

"O tema central da entrevista seria a votação da reforma da Previdência e, como a tramitação da reforma está suspensa em função da decretação da Intervenção na Segurança no Estado do Rio de Janeiro, sua divulgação perdeu objeto neste momento", afirmou a emissora em nota.

O SBT disse ainda que a entrevista poderá ser levada ao ar "assim que a votação da reforma da Previdência puder ser retomada."

O governo do presidente Michel Temer admitiu pela primeira vez que não conseguirá votar a reforma previdenciária pelo menos até a eleição presidencial.

Em entrevista à imprensa nesta segunda, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que a proposta está suspensa e que, na melhor das hipóteses, poderá ser retomada em novembro.

Segundo ele, o Palácio do Planalto concluiu que não há segurança jurídica para revogar o decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro, que impede a votação de uma PEC (Proposta de Emenda Constituição).

Mais cedo, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse que não fazia sentido ter feito uma intervenção se for para extingui-la com o objetivo de votar a reforma previdenciária.

"Se for para fazer uma intervenção e chamar a todos nós e, daqui a cinco dias, dizer que foi um equívoco porque precisa votar matéria A ou matéria B, não teria sentido ter feito a intervenção", disse o senador.

Com o adiamento da reforma, o governo apresentou uma lista de propostas para a área econômica a serem tocadas ainda neste ano.

Segundo Meirelles, não se trata apenas de uma agenda fiscal. Estão na lista: reforma do PIS/Cofins; autonomia do Banco Central, lei geral das agências reguladoras, reoneração da folha de pagamento, mudanças no cadastro positivo e distrato, entre outras medias que dependem do Congresso.

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