Ações do Facebook caem mais de 6% após notícia sobre uso indevido de dados

Empresa que ajudou na campanha de Trump teria roubado informações de 50 milhões de usuários 

Logomarca do Facebook na Nasdaq: ações têm forte queda nesta segunda
Logomarca do Facebook na Nasdaq: ações têm forte queda nesta segunda - AFP
Reuters

As ações do Facebook caíam mais de 6% nesta segunda-feira (19), depois da publicação de notícia de que uma consultoria política que trabalhou na campanha do presidente Donald Trump teve acesso inapropriado aos dados de 50 milhões de usuários do Facebook.

 
A queda pode reduzir o valor de mercado da rede social, que era de US$ 538 bilhões no fechamento de sexta-feira (16), em cerca de US$ 30 bilhões.
 
Um analista de Wall Street disse que as notícias levantaram "problemas sistêmicos" com o modelo de negócios do Facebook e outros disseram que poderia estimular o escrutínio regulatório muito mais profundo da rede social.
 
O presidente do Parlamento Europeu disse na segunda-feira que os legisladores da UE investigarão se o uso indevido de dados ocorreu, acrescentando que a alegação é uma violação inaceitável dos direitos de privacidade dos cidadãos.
 
O Facebook já enfrenta novos pedidos de regulamentação do Congresso dos EUA e questionamentos sobre a segurança de dados pessoais, após as reportagens publicadas pelos jornais The New York Times e The Observer, de Londres, no fim de semana.
 
As reportagens publicadas no sábado (17) afirmam que informações privadas de mais de 50 milhões de usuários do Facebook acabaram indevidamente nas mãos da empresa de análise de dados Cambridge Analytica e que as informações não foram eliminadas apesar das demandas do Facebook que datam de 2015.
 
"Nós acreditamos que este episódio é outra indicação de problemas sistêmicos no Facebook", disse Brian Wieser, analista da corretora Pivotal Research Group, em Nova York, que tem recomendação de venda para a ação, que subiu 60% no ano passado.
 
Wieser argumentou que os riscos regulatórios para o uso de dados em publicidade devem ser maiores do que antes.
 
Ele acrescentou, no entanto, não ser provável que haja um impacto significativo nos negócios da empresa por enquanto, já que os anunciantes provavelmente não vão "mudar repentinamente a trajetória do crescimento de seus gastos na plataforma".
 
"Este episódio parece que provavelmente vai criar um outro problema de relações públicas potencialmente mais grave para a empresa e pode levar a um exame regulatório adicional", disse Peter Stabler, analista da Wells Fargo.
 
As perdas podem vir a ser a maior queda diária do Facebook desde a queda mais geral do mercado em fevereiro. Em janeiro, quando o Facebook anunciou mudanças no seu newsfeed que afetariam o envolvimento dos usuários no curto prazo, as ações caíram 4,5% em um dia.
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