Bolsa brasileira sobe com ajuda de bancos e Eletrobras; dólar avança

Ações da Fibria sobem 3% após proposta de compra pela holandesa Paper Excellence

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Funcionária verifica o crescimento de mudas de eucalipto na unidade da Fibria em Jacareí (SP)
Funcionária verifica o crescimento de mudas de eucalipto na unidade da Fibria em Jacareí (SP)
São Paulo

A Bolsa brasileira conseguiu descolar dos mercados americanos e fechou em alta nesta segunda-feira (12), ajudada pelas ações de bancos e da Eletrobras e ainda sob influência dos dados de emprego divulgados na sexta (9) nos Estados Unidos. O dólar se valorizou e encostou em R$ 3,26 nesta sessão.

​O Ibovespa, das ações mais negociadas, subiu 0,61%, para 86.900 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 8,7 bilhões —a média diária de março está em R$ 11,1 bilhões.

O dólar comercial fechou em alta de 0,18%, para R$ 3,258. O dólar à vista, que fecha mais cedo, subiu 0,26%, para R$ 3,263.

O bom humor no mercado acionário brasileiro ainda é fruto do otimismo com dados de emprego nos EUA divulgados na sexta-feira e que apontam que a geração de vagas não estaria, no curto prazo, pressionando a inflação no país.

Apesar de os EUA terem criado 313 mil postos de trabalho em fevereiro, a média de ganhos por hora cresceu 0,1%, ante 0,2% estimado por analistas. Isso diminuiria as chances de o banco central americano acelerar o ritmo de altas de juros nos EUA, o que aumentaria a atratividade dos títulos de dívida do país e poderia enxugar dinheiro hoje aplicado em Bolsa. 

"O dado acabou atenuando as preocupações em torno da calibragem da condução da política monetária americana. Nesta terça o governo americano divulga a inflação de fevereiro, e o mercado vai ficar atento a isso", diz Carlos Soares, analista-chefe da Magliano Invest.

"No longo prazo, a pressão da inflação só pode ser dissipada com ganho de produtividade. A iniciativa de impor tarifas sobre o aço [adotada pelo presidente Donald Trump] vai contra isso. O mercado fica entre três ou quatro altas de juros nos EUA neste ano", diz.

Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones recuou 0,62%. O S&P 500 teve queda de 0,13%, e o índice da Nasdaq se valorizou 0,36%.

Aqui, os investidores acompanharam o mais recente boletim Focus. A expectativa para a taxa básica de juros Selic foi reduzida de 6,75% para 6,5% no fim do ano, o que indica novo corte de 0,25 ponto percentual na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) da próxima semana. A nova redução deve continuar atraindo para Bolsa investidores em busca de retorno maior que o oferecido pela renda fixa. 

AÇÕES

Os papéis de bancos, os de maior peso no Ibovespa, ajudaram a impulsionar o índice nesta sessão.

O Itaú Unibanco se valorizou 1,13%. As ações preferenciais do Bradesco subiram 0,79%, enquanto as ordinárias avançaram 1,20%. As units —conjunto de ações— do Santander Brasil se valorizaram 1,11%. Na contramão, as ações do Banco do Brasil recuaram 0,53%.

Das 64 ações do Ibovespa, 43 subiram e 21 caíram.

As ações preferenciais da Eletrobras lideraram os ganhos do índice, com avanço de 4,49%. Os papéis ordinários tiveram alta de 4,10%.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), remarcou para a terça-feira a instalação da comissão especial responsável pela análise da privatização da estatal. Além disso, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) indicou que a distribuidora da Eletrobras responsável pelo fornecimento de eletricidade no Acre tem R$ 163,25 milhões a receber de um fundo que custeia subsídios no setor elétrico.

As ações da Fibria também subiram com força nesta sessão, com avanço de 2,95%, após a notícia de que a holandesa Paper Excellence apresentou uma oferta formal para comprar a empresa. A oferta avalia a produtora de papel e celulose em R$ 40 bilhões.

Com isso, a empresa entra na disputa com a rival Suzano Papel e Celulose, que negocia há semanas uma potencial união das duas companhias. Enquanto as ações da Fibria subiram, as ações da Suzano recuaram 4,45% e lideraram as baixas do índice.

A Petrobras fechou em baixa, acompanhando a desvalorização do petróleo no exterior. Os preços da commodity caíram nesta segunda-feira, enquanto investidores lidavam com preocupações contínuas sobre a crescente produção dos Estados Unidos e oferta menor da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). 

Os papéis preferenciais da estatal caíram 0,27%, para R$ 22,33. As ações ordinárias tiveram queda de 0,42%, para R$ 23,90.

A mineradora Vale subiu 0,86%, para R$ 42,46.

CÂMBIO

O dólar se enfraqueceu ante 20 das 31 principais moedas do mundo.

O Banco Central fez nesta segunda o primeiro leilão para rolar os contratos de swaps cambiais tradicionais (que equivalem à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento abril. Foram vendidos 14 mil contratos, no valor de US$ 700 milhões. Ao todo, vencem US$ 9,029 bilhões em contratos no próximo mês.

O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) caiu 1,69%, para 144,2 pontos

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados tiveram comportamentos distintos. O DI para abril deste ano caiu de 6,555% para 6,550%. O DI para janeiro de 2019 se manteve estável em 6,450%.

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