Um dia após cair sob o peso de Vale e das siderúrgicas em meio às turbulências provocadas pela confirmação das tarifas ao aço e alumínio nos Estados Unidos, a Bolsa brasileira conseguiu recuperar as perdas e fechar a semana no azul. O dólar recuou para R$ 3,25 com dados de emprego nos EUA.
O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas do mercado brasileiro, subiu 1,63%, para 86.371 pontos. Na semana, a alta foi de 0,71%. O volume financeiro no dia foi de R$ 11,3 bilhões, enquanto a média diária de março está em R$ 11 bilhões.
O dólar comercial fechou em queda de 0,39%, para R$ 3,252. O dólar à vista recuou 0,21%, para R$ 3,254. Na semana, ambos ficaram praticamente estáveis.
A sessão foi de recuperação no mercado brasileiro, principalmente após a divulgação do dado de mercado de trabalho nos Estados Unidos. Segundo o Departamento do Trabalho americano, foram criadas 313 mil vagas no país em fevereiro, o maior aumento em mais de um ano. O número superou as estimativas de analistas.
A taxa de desemprego se manteve em 4,1%, enquanto os analistas esperavam uma leve queda, para 4%.
Por outro lado, a renda média por hora aumentou 0,1%, para US$ 26,75 em fevereiro, uma desaceleração da alta de 0,3% em janeiro. Isso diminuiu o aumento na base anual para 2,6%, contra 2,8% em janeiro.
"O mercado de trabalho não gera uma pressão inflacionária que poderia provocar aceleração do ritmo de alta dos juros. Não se sabe se vai continuar crescendo, mas enquanto não houver sinais claros de que a inflação vai acelerar, o mercado diminui as apostas de mais altas de juros nos EUA", afirma Mauricio Nakahodo, economista do MUFG no Brasil —holding do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil.
Isso deve conter a atratividade do rendimento dos títulos de dívida pública com vencimento em dez anos, o que ajuda a enxugar dinheiro do mercado acionário e dos países emergentes. A projeção do mercado é de três a quatro altas de juros nos EUA. Para a reunião de março do Federal Reserve (Fed, banco central americano), a probabilidade de aumento dos juros está em 84%.
Aqui, os investidores acompanharam também a inflação de fevereiro, que avançou 0,32%, a menor taxa para o mês desde 2000. A queda no preço dos alimentos compensou parte da alta de educação.
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