BR propõe pacote generoso a executivos

Benefícios incluem bônus de R$ 500 mil por cabeça em caso de superação de metas não detalhadas

Posto de combustível da BR em São Paulo
Posto de combustível da BR em São Paulo - Rodrigo Capote/Folhapress
Nicola Pamplona
Rio de Janeiro

Em sua primeira assembleia de acionistas após a oferta de ações em Bolsa, a BR Distribuidora vai pedir autorização para pagar pelo menos R$ 1,8 milhão em remuneração variável a seus diretores, cerca de R$ 370 mil para cada um. O valor pode subir a R$ 2,4 milhões, ou R$ 500 mil para cada, em caso de superação das metas de desempenho.

Na assembleia, marcada para o dia 25 de abril, os acionistas analisarão também proposta de distribuição, na forma de dividendos, de 95% do lucro de 2017, que foi de R$ 1,15 bilhão.

Após a oferta de ações, realizada em dezembro de 2017, 28,75% do capital da companhia foi transferido a investidores privados. A Petrobras permanece no controle, com os 71,25% restantes.

De acordo com documento enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a inclusão do pagamento de bônus aos diretores eleva em 18,8% a remuneração global dos administradores da companhia, que somará R$ 18,5 milhões em 2018. O pacote inclui salários, bônus e outros benefícios, como auxílio-alimentação.

A remuneração variável será paga pela primeira vez: foi aprovada em 2017 para dar aos executivos “retribuição pelos esforços na construção dos resultados alcançados, além do caráter motivador para cumprimento dos objetivos estratégicos”.

Em salários, os cinco diretores da empresa receberão no ano R$ 7,2 milhões, uma média de R$ 1,4 milhão anuais para cada. A empresa diz que não houve reajuste em relação aos salários de 2017.

Para os bônus, o valor máximo previsto é de R$ 2,4 milhões, quase R$ 500 mil para cada executivo. Se as metas forem atingidas, o valor mínimo é de R$ 1,8 milhão, segundo o documento. A companhia não explica quais são as metas.

A BR Distribuidora quer aumentar em 4,1% o valor separado para remunerar dos membros do conselho de administração, que receberão em média R$ 126 mil durante o ano 2018. Após a abertura de capital, a BR passou a ter dez conselheiros, um a mais do que antes.

O colegiado é composto por conselheiros independentes. Não há participação de executivos da Petrobras.

O governo, porém, indicou um nome para aprovação da assembleia do dia 25 de abril: o secretário de Coordenação e Governança de Empresas Estatais do Ministério do Planejamento, Fernando Antônio Ribeiro Soares.

Em 2017, a BR teve seu primeiro lucro desde 2014. Segundo a empresa, o resultado foi provocado por melhora nas margens de lucro e pela redução de provisões. A companhia também foi beneficiada por aporte de R$ 6,3 bilhões feito pela Petrobras para limpar seu balanço antes do lançamento de ações.

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