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Chinesa investe em porto no Maranhão e estuda ferrovias

CCCC está interessada nos editais de ferrovias previstos para este ano

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Projeto da Vale Logistica de interligacao (VLI) do porto de Santos ao norte do pais por meio da  interligacao com as ferrovias que devem chegar ate o Maranhao
Projeto da Vale Logistica de interligacao (VLI) do porto de Santos ao norte do pais por meio da interligacao com as ferrovias que devem chegar ate o Maranhao - Danilo Verpa/Folhapress

 

São Luís

A CCCC (China Communications Construction Company), maior empresa chinesa de infraestrutura, olha com atenção a todos os projetos de concessão de ferrovias no Brasil, afirmou o presidente da companhia para a América do Sul, Chang Yunbo.

Ele veio ao país para o lançamento, na semana passada, da pedra fundamental do Porto São Luís, novo terminal privado multicargas da capital maranhense do qual a estatal chinesa detém 51%.

Interessam à CCCC os editais de ferrovias previstos para este ano, como o da Ferrogrão (MT/PA) e o da Norte-Sul (Porto Nacional-TO a Estrela D'Oeste-SP). A companhia avalia também uma participação na Malha Sul, da Rumo Logística.

"Temos um porto no norte, agora estamos vendo um no sul. Uma vez que haja conexão por ferrovia, é uma logística estratégica", disse, sem revelar mais detalhes.

O executivo diz que a China vê oportunidades em momentos de crise, justificando o interesse, apesar das incertezas econômicas, pelo Brasil. A primeira aquisição da CCCC no país foi a de 80% da construtora Concremat, por R$ 350 milhões, em 2017.

"Ferrovias de grande porte são investimentos de tamanho chinês, como se diz no mercado, porque é um setor que requer um volume de capital ao qual os chineses estão mais adequados", diz Marcos Ganut, diretor da área de infraestrutura da consultoria Alvarez & Marsal.

Com investimentos em portos e ferrovias a China busca não apenas diversificar sua atuação no Brasil --eles já têm presença marcante no setor de energia --, mas garantir a segurança alimentar de uma nação que tem 1,3 bilhão de habitantes.

O Brasil é um parceiro importante: em 2017, quase 79% das exportações nacionais de soja, por exemplo, foram para a China, segundo dados do Mdic (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços).

"O chinês tem uma questão de planejamento de longo prazo. O tema do fornecimento de alimento e commodities em geral vem sendo tratado com bastante carinho pela China, e nesse contexto o investimento em logística é estratégico", diz Ganut.

Para Yunbo, comprar de outros países não significa que há insegurança, mas diz que a maior função do porto será o transporte de grãos.

Concorrência

O porto de São Luís tem potencial para quase dobrar a movimentação do porto público vizinho do Itaqui, que movimentou 19,1 milhões de toneladas em 2017.

Para o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), não há risco de o novo porto privado abafar o já existente. "Há uma complementação entre os portos. Vamos ter mais um, dois, três e isso é bom para o Maranhão", diz.

Após a primeira fase de obras, orçada em R$ 800 milhões e que deve ser concluída em quatro anos, a capacidade do TUP (Terminal de Uso Privado) será de 15 milhões de toneladas --sendo 7 milhões delas para grãos.

O investimento total do novo porto é estimado em cerca de R$ 2 bilhões.

Junto à CCCC, também têm participação no negócio as brasileiras WPR (24%) e a Lyon Capital, de private equity (20%), além de acionistas minoritários.

A jornalista viajou a convite da Lyon Capital

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