Empresa aposta em youtubers para captar até US$ 35 mi com criptomoeda

Objetivo é lançar nova versão de aplicativo que faz intermediação de serviço de diarista

Campo Grande

Para atrair investidores, a Crafty Work, de Campo Grande (MS), empresa que faz um ICO (oferta inicial de moeda) até 9 de abril, quer contar com a força digital dos youtubers --segundo fontes, eles receberiam cerca de US$ 5.000 (R$ 16 mil) cada um-- para experimentar o aplicativo e falar sobre sua experiência. Com isso, a Crafty conquistaria novos clientes.

“Eles vão fazer reviews [resenhas] do crafty [a moeda virtual da empresa] e dizer que é bacana comprá-la e eu vou focar parcerias. A gente fez divulgação no Facebook, mas é caro e não dá retorno. Nada se compara com influenciadores de nicho”, afirma Reinaldo de Andrade Silva, 34, presidente da Crafty.

Reinaldo Silva, 34, presidente do Crafty,  Crafty Work, empresa que fará um ICO (oferta inicial de moeda)
Reinaldo de Andrade Silva, 34, presidente da Crafty - Danielle Brant/Folhapress

A expectativa é atingir 1 milhão de pessoas dentro do universo dos youtubers para aumentar a arrecadação. E Silva mira alto: o objetivo é levantar até US$ 35 milhões (R$ 114 milhões), em um processo de expansão que envolve cinco estágios —o último deles, a América do Norte e a Ásia.

Até agora, já captou US$ 500 mil (R$ 1,6 milhão), mas atraiu sócios como o sertanejo Mariano, da dupla Munhoz e Mariano, e conseguiu formar grupos no Telegram —aplicativo de mensagem rival do WhatsApp— com cerca de 20 mil membros, a maioria estrangeiros, que discutem não só o futuro do crafty mas também de outras moedas virtuais.

A experiência profissional de Reinaldo é diversificada. Antes de partir para as criptomoedas, trabalhou com manutenção de microcomputadores, foi funcionário público e, aos 24 anos, montou sua primeira empresa, também da área de tecnologia.

Aos 32, decidiu investir no Diaríssima, aplicativo gratuito que faz intermediação entre quem busca e quem oferece serviço de diarista. 

O ICO da Crafty busca levantar dinheiro para colocar em pé o novo aplicativo, uma versão melhorada do Diaríssima, com oferta de mais de 200 profissões. 

Além das moedas emitidas durante o ICO, a ideia é que os usuários recebam criptomoedas como recompensa por avaliar os serviços que usam ou oferecem no aplicativo.

“A gente quer que gastem com parceiros. Estamos em conversas com operadoras de telefonia, recarga de celular.”

FIDELIDADE

Os craftys seriam uma forma de fidelizar os usuários e evitar a evasão. Segundo Silva, entre 3% e 5% dos clientes do Diaríssima voltavam a contratar pelo app após o primeiro uso. Os outros acabam negociando com os prestadores de serviços por fora.

A ideia é manter gratuito o Diaríssima. O lucro viria de comissões cobradas por empresas interessadas em oferecer serviços aos usuários do app

“A gente tem informação que ninguém no mundo tem. Você consegue imaginar uma base de dados que sabe a quantidade de cômodos que você tem em casa, a quantidade de banheiros, janela, se tem piscina, animal de estimação, criança, idoso?”

Ao lado de Reinaldo no negócio está Normann Kallmus, 56, que também é economista-chefe da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande). 

Ambos agora tentam convencer a associação a divulgar a ideia às  7.000 empresas que fazem parte da ACICG. O objetivo é que o crafty possa ser utilizado para comprar produtos ou serviços oferecidos por essas lojas, como acontece nos programas de fidelidade.

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