The New York Times

Organizações que promovem a igualdade na habitação abriram processo na Justiça Federal dos EUA no qual acusam o Facebook de discriminar certas categorias, entre as quais mulheres, veteranos de guerra deficientes físicos e mães solteiras, por autorizar anunciantes a selecionar a audiência de sua publicidade de modo ilegal.

O Facebook oferece aos anunciantes a capacidade de personalizar mensagens e direcioná-las a usuários com base em listas de dados demográficos, "likes", comportamentos e interesses. O sistema também permite excluir usuários da lista de recipientes com base em determinados dados.

Uma empresa que produza comida para animais, por exemplo, pode direcionar publicidade a pessoas que tenham indicado interesse por cachorros e excluir da lista de recipientes os interessados em gatos ou aves.

Quando os anúncios envolvem empregos e habitação, o Facebook, em resposta a críticas recebidas nos últimos 17 meses, vem prometendo que reprimirá os anunciantes que empreguem esses instrumentos para mostrar residências ou vagas de emprego só a brancos.

Mas em processo apresentado nesta terça (27), a National Fair Housing Alliance e outras organizações de defesa da igualdade na habitação afirmam que a plataforma de publicidade "continua a permitir que locadores e corretores de imóveis impeçam que famílias com filhos, mulheres e outros recebam anúncios de imóveis residenciais para venda e locação".

"Queremos que o tribunal desenvolva um plano para remover a capacidade de anunciantes acessarem listas de atributos do Facebook a fim de excluir categorias de pessoas da lista de destinatários de anúncios relacionados à moradia", disse a advogada Diane Houk.

O processo diz que o Facebook viola os termos da Lei da Igualdade na Habitação, que torna ilegal veicular anúncios de moradia que indiquem preferências ou limitações baseadas em cor, raça, deficiências, situação familiar ou origem nacional.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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