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Fiat muda comando na América Latina após reestruturar operações

Stephan Ketter volta para a Europa após cumprir uma agenda difícil de mudanças na região

O presidente Michel temer e Stefan Ketter, presidente para a América Latina da FCA, Stefan Ketter
O presidente Michel temer e Stefan Ketter, presidente para a América Latina da FCA, Stefan Ketter - Beto Barata/PR
Eduardo Sodré
São Paulo

O grupo FCA, que controla as marcas Fiat e Chrysler, está prestes a fazer grandes mudanças em seu quadro de altos executivos. Sergio Marchionne, presidente mundial da empresa, anuncia em junho o plano de investimentos para os próximos cinco anos e depois deverá deixar o cargo.

É nesse contexto que ocorre a troca de presidentes da empresa na América Latina.

Stephan Ketter, que estava à frente das operações desde 2015, volta para a Europa após cumprir uma agenda difícil de mudanças na região.

Coube a ele reestruturar as linhas de produção no Brasil e na Argentina, além de promover a chegada de novos carros ao mercado.

Para levar adiante os planos globais do grupo, o ex-presidente se indispôs com parceiros. Aumentar o nível de exigência sobre fornecedores foi uma das tarefas mais complexas.

As fabricantes de peças, que naquele momento encerravam turnos de trabalho devido à queda acentuada da produção, precisaram investir para atender a novos padrões de qualidade e, ainda assim, manter preços competitivos.

Já a rede concessionária Fiat teve de se readequar a padrões de atendimento mais elevados e ao tamanho do mercado. Muitas lojas foram fechadas.

Houve insatisfação com o intervalo de tempo necessário entre o desenvolvimento de novos produtos e sua chegada aos revendedores.

A compensação veio no crescimento da marca Jeep e da picape Toro, carros de boa rentabilidade produzidos em Goiana (PE).

Novo presidente do grupo FCA na América Latina, o italiano Antonio Filosa assume a empresa em condições mais favoráveis.

O trabalho de Ketter foi finalizado e, apesar de toda a antipatia que tenha despertado por decisões duras, a empresa considera que ele cumpriu sua missão.

Filosa chegou ao grupo em 1999 e acumulou funções ligadas às áreas de manufatura e de vendas na Argentina. Seu desafio no Brasil será motivar a rede concessionária e fazer os novos automóveis da Fiat crescerem em participação de mercado.

Ketter continua como chefe de manufatura do grupo FCA. Sua volta precoce à Europa --representantes da empresa acreditavam que isso só ocorreria no fim de maio-- indica que o executivo deve fazer parte das mudanças que virão com a saída de Sergio Marchionne.

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