O grupo FCA, que controla as marcas Fiat e Chrysler, está prestes a fazer grandes mudanças em seu quadro de altos executivos. Sergio Marchionne, presidente mundial da empresa, anuncia em junho o plano de investimentos para os próximos cinco anos e depois deverá deixar o cargo.
É nesse contexto que ocorre a troca de presidentes da empresa na América Latina.
Stephan Ketter, que estava à frente das operações desde 2015, volta para a Europa após cumprir uma agenda difícil de mudanças na região.
Coube a ele reestruturar as linhas de produção no Brasil e na Argentina, além de promover a chegada de novos carros ao mercado.
Para levar adiante os planos globais do grupo, o ex-presidente se indispôs com parceiros. Aumentar o nível de exigência sobre fornecedores foi uma das tarefas mais complexas.
As fabricantes de peças, que naquele momento encerravam turnos de trabalho devido à queda acentuada da produção, precisaram investir para atender a novos padrões de qualidade e, ainda assim, manter preços competitivos.
Já a rede concessionária Fiat teve de se readequar a padrões de atendimento mais elevados e ao tamanho do mercado. Muitas lojas foram fechadas.
Houve insatisfação com o intervalo de tempo necessário entre o desenvolvimento de novos produtos e sua chegada aos revendedores.
A compensação veio no crescimento da marca Jeep e da picape Toro, carros de boa rentabilidade produzidos em Goiana (PE).
Novo presidente do grupo FCA na América Latina, o italiano Antonio Filosa assume a empresa em condições mais favoráveis.
O trabalho de Ketter foi finalizado e, apesar de toda a antipatia que tenha despertado por decisões duras, a empresa considera que ele cumpriu sua missão.
Filosa chegou ao grupo em 1999 e acumulou funções ligadas às áreas de manufatura e de vendas na Argentina. Seu desafio no Brasil será motivar a rede concessionária e fazer os novos automóveis da Fiat crescerem em participação de mercado.
Ketter continua como chefe de manufatura do grupo FCA. Sua volta precoce à Europa --representantes da empresa acreditavam que isso só ocorreria no fim de maio-- indica que o executivo deve fazer parte das mudanças que virão com a saída de Sergio Marchionne.
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