Governo lança plano para incentivar quarta revolução industrial no Brasil

BNDES acredita que pode emprestar R$ 5 bilhões para os programas da Agenda 4.0

Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), Marcos Jorge de Lima - Adriano Vizoni / Folhapress
Vinicius Torres Freire
São Paulo

O governo lançou um plano de modernização tecnológica da indústria, divulgado oficialmente nesta quarta-feira (14) no Fórum Econômico Mundial América Latina, realizado em São Paulo.

O plano foi organizado pelo ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), do ministro Marcos Jorge. A ideia básica é oferecer oportunidades para que empresas aprendam o caminho das pedras da nova onda de inovação produtiva e obtenham financiamento público, a taxas de juros reduzidas, a fim de implementar mudanças. O programa se chama Agenda Brasileira para a Indústria 4.0.

Quarta revolução industrial ou “Indústria 4.0” é o rótulo que engloba várias modificações derivadas do uso extenso do que se chama genérica e vagamente de “inteligência artificial”. Isto é, técnicas de baseadas em uso maciço de dados a fim de modificar a produção e adaptá-las para públicos específicos, da internet e de robotização de processos, não apenas nas linhas de produção física.

O grosso do projeto é uma campanha de divulgação da urgência da adesão à “Indústria 4.0” e assessoria para empresas que queiram se reinventar ou evoluir. Para tanto, haverá plataformas digitais de auto-avaliação empresarial, que ofereceriam um roteiro inicial de transformação, ofertas de participação financiada em projetos-piloto e meios de conectar indústrias com outras empresas, fornecedoras de tecnologia, programa desenvolvido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.

O outro lado do programa é financiamento. A princípio, o BNDES acredita que pode emprestar R$ 5 bilhões para os programas da Agenda 4.0 (R$ 1 bilhão neste ano, R$ 1,5 bilhão em 2019 e R$ 2,5 bilhões em 2020). O financiamento pode aumentar (ou diminuir), a depender do interesse das empresas e do ritmo de crescimento da economia brasileira, como ressaltou Paulo Rabello de Castro, presidente do BNDES, presente no seminário que apresentou os planos do governo.

Vai haver dinheiro também da Finep (Empresa Brasileira de Inovação e Pesquisa), instituição estatal que financia instituições de pesquisa e inovação em empresas, e no Banco da Amazônia, o Basa (R$ 1,1 bilhão). A princípio, estima-se na Finep demanda de R$ 1,5 bilhão nos próximos anos, mas há fundos de cerca de R$ 8,1 bilhões na empresa.

As taxas de juros são em geral menores que as de mercado, tanto no BNDES quanto na Finep, próximas da TJLP (6,75% ao ano) e, em alguns casos, na Finep, até menos que isso.

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