Descrição de chapéu recuperação judicial

Grupo Eternit, de material para construção, pede recuperação judicial

Empresa disse que as discussões legais sobre amianto vêm impactando suas operações

Telha exibe carimbo indicando que contém amianto
Telha exibe carimbo indicando que contém amianto - Marcelo Justo - 19.fev.2008/Folhapress
São Paulo | Reuters

A empresa produtora de material para construção Eternit e suas controladas, com dívidas de cerca de R$ 229 milhões, entraram com pedido recuperação judicial em São Paulo, anunciou o grupo em comunicado divulgado nesta terça-feira (20).

O grupo, com 1.700 funcionários, oito fábricas próprias, uma mineradora (amianto crisotila) e cinco filiais de venda, além de 15 mil revendedores em todo o Brasil, disse que a recuperação judicial é "medida imprescindível para a preservação da empresa, da fonte de empregos e renda".

A empresa disse que as discussões legais sobre a extração, industrialização e utilização de amianto vêm impactando suas operações, além de limitar o acesso a novas linhas de crédito.

O STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu no fim de novembro a extração, industrialização e comercialização do amianto variedade crisotila, produto largamente utilizado no país na fabricação de telhas e caixas d'água, considerado nocivo à saúde humana.

Com isso, a Eternit suspendeu temporariamente as atividades da Mineradora Associados (Sama), que produz fibras de amianto crisotila, e da fabricante de fibrocimentos em Goiás, retomadas posteriormente até que o acórdão da decisão do SFT seja publicada.

No pedido de recuperação judicial, a Eternit disse que 25% da receita do grupo é proveniente do uso do amianto, isto é da, da extração e comercialização de crisotila, bem como da produção e comercialização de produtos que contêm amianto.

A empresa também citou a persistente deterioração dos fundamentos da economia que afetaram "drasticamente os setores de construção civil e louças sanitárias, justamente os mercados atendidos pelo Grupo Eternit."

Com capacidade de produção de 110 mil peças de louça sanitária por mês, produz atualmente 50 mil.

O pedido de recuperação abrange as controladas Minerações Associadas (Sama); Tégula Soluções para telhados; Eternit da Amazônia Indústria de Fibrocimento; Precon Goiás Industrial; Prel Empreendimentos e Participações; e a Companhia Sulamericana de Cerâmica.

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