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Investimento com impacto social ainda é embrionário no Brasil

No Brasil, os primeiros sinais desse movimento surgiram há menos de uma década.

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Octávio Souto Vidigal Filho Talita Alves
São Paulo

Um movimento crescente no mundo chama cada vez mais a atenção de investidores e empresas: os investimentos de impacto que, além do retorno financeiro, buscam resultados positivos nas áreas social e ambiental.

É o meio do caminho entre a filantropia e o investimento financeiro voltado exclusivamente ao lucro. No Brasil, os primeiros sinais desse movimento surgiram há menos de uma década.

A ANDE (rede global para o desenvolvimento de empreendedores) publicou um relatório sobre os investimentos de impacto no Brasil. Os dados mostram que empresas atuantes no setor contabilizavam o equivalente a R$ 602 milhões em ativos no ano de 2015, valor que aumentaria em R$ 960 milhões no ano seguinte.

As empresas têm de estar preparadas para essa discussão se quiserem atrair novos talentos (especialmente os “millennials”), cativar consumidores que se mostram mais fiéis aos produtos de companhias que possuem preocupações socioambientais e atrair investidores.

A atividade, o processo produtivo, a matéria-prima utilizada, o controle de potenciais riscos e a forma de lidar com seus colaboradores estão entre os principais quesitos que permitirão a empreendedores qualificarem seus negócios como investimentos de impacto.

No mercado americano, a maioria dos estados já tem legislação que leva em conta os princípios e ideais desse movimento, que tenta colocar o impacto socioambiental no mesmo patamar do lucro. São feitos reportes anuais aos acionistas, para que se possa determinar se a empresa está atingindo, de fato, o impacto desejado.

No Brasil, discussões sobre regulamentação já se iniciaram, mas ainda são embrionárias.

Em 19 de dezembro de 2017, foi aprovada, via decreto presidencial, a Estratégia Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto, que tem como finalidade articular órgãos e entidades da administração pública federal, do setor privado e da sociedade civil, na promoção de um ambiente favorável ao desenvolvimento de negócios nessa área.

Os principais objetivos são ampliar a oferta de capital para os negócios de impacto, aumentar a quantidade de empresas atuando no setor e capacitar os empreendedores.

É importante que as empresas se preparem para essa nova realidade para que possam continuar a atrair colaboradores, clientes e, agora, investidores.

Esse processo deverá envolver uma melhor avaliação das atividades e, provavelmente, deverá resultar em novas políticas e regras de conduta para o meio empresarial.



Octávio Souto Vidigal Filho e Talita Alves atuam na área de Direito Societário do escritório CSMV Advogados

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