Descrição de chapéu fusões e aquisições

Justiça impede transferência de ações da Itambé para Lactalis

Operação não poderia ter acontecido porque quebrava um acordo de acionistas

Logo da sede da Lactalis na França
Logo da sede da Lactalis na França - JEAN-FRANCOIS MONIER / AFP
Joana Cunha
São Paulo

A Câmara de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça do estado de São Paulo decidiu nesta quarta-feira (7) que o controle da Itambé não pode ser transferido para a Lactalis enquanto uma câmara arbitral não avaliar a liminar que questiona na Justiça a venda do laticínio mineiro para a gigante francesa.

A venda da Itambé pela cooperativa mineira CCPR para a Lactalis, estimada em R$ 1,9 bilhão, foi anunciada em dezembro, mas está parada em um impasse judicial após contestação da Vigor.

Segundo a argumentação da Vigor na Justiça, a operação não poderia ter acontecido porque quebrava um acordo de acionistas firmado pela CCPR, cooperativa que detinha 50% da Itambé e comprou a outra metade que pertencia à Vigor para depois revender aos franceses em menos de 24 horas.

A decisão desta quarta, por dois votos a um, é negativa para a Lactalis, que, além de não poder assumir o controle da Itambé, também não pode tomar a gestão. As ações e a gestão do laticínio ficam, por enquanto, nas mãos da CCPR.

Em nota, a CCPR diz que "aplaude" a decisão do tribunal porque ela reconhece "a validade da compra dos 50% da Itambé que pertenciam à Vigor pela CCPR, que segue com a gestão da empresa".

Já a Vigor divulgou nota dizendo que a decisão preserva seus direitos, "impedindo que um ato ilegal [venda posterior para a Lactalis] se torne fato consumado".

O caso está em segredo de Justiça e terá o destino definido em arbitragem.

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