A startup financeira Nubank reduziu suas perdas no ano passado em meio a uma rápida expansão dos usuários de seu cartão de crédito, de acordo com as demonstrações financeiras publicadas nesta quinta-feira (29).
A base de clientes do Nubank mais do que dobrou para 3 milhões no fim do ano passado, ante o 1,3 milhão um ano antes, disse o diretor financeiro Gabriel Silva.
As receitas totais, que incluem ganhos financeiros mais as tarifas de intercâmbio dos cartões, triplicaram para R$ 567 milhões em 2017, também impulsionadas por um aumento do uso do cartão pelos clientes atuais.
A startup ainda registra prejuízo líquido, que caiu 4% no ano passado ante o ano anterior, para R$ 117 milhões.
A expansão do Nubank demonstra como startups financeiras estão ganhando espaço no Brasil, onde a indústria bancária é extremamente concentrada. Poucas dessas novas empresas, porém, já são lucrativas.
Silva disse que ele ainda não pode prever quando o Nubank vai operar no azul. O foco da empresa, segundo ele, ainda é ampliar a base de clientes. Novos usuários, afirmou o executivo, costumam demorar um tempo para gerar resultados para o Nubank.
No começo deste mês, o Nubank anunciou a captação de US$ 150 milhões em uma nova rodada de investimentos capitaneada pela firma de venture capital DST Global.
QUEDA DE BRAÇO
O CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu quarta-feira (28) proibir os bancos de travarem operações de pagamento em débito automático e transferência eletrônica a empresas como a Nubank.
A fintech havia recorrido ao Cade (conselho de defesa da concorrência) contra os bancos na semana passada, alegando que eles estão dificultando a competição travando o pagamento de faturas via débito automático, por exemplo.
Com a decisão do CMN, os bancos não poderão limitar ou impedir o acesso de instituições de pagamento e de outras instituições financeiras a esse tipo de operação e também a transferências eletrônicas TED e DOC, além da emissão de boletos.
O objetivo do conselho é aumentar a eficiência e ampliar a concorrência. A regra vale a partir de 2 de julho, no caso de transferências e emissão de boletos.
Já para o débito automático, a vigência começa em novembro.
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