Paulo Rabello de Castro deixa BNDES com críticas à equipe econômica

Ele vai deixar o cargo para concorrer à Presidência da República

Paulo Rabello de Castro vai deixar a presidência do BNDES
Paulo Rabello de Castro vai deixar a presidência do BNDES - Leonardo Benassatto - 16.mar.2018/Reuters

Em sua última entrevista coletiva como presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o pré-candidato à Presidência da República Paulo Rabello de Castro fez críticas à equipe econômica do governo Temer, que determinou a devolução de R$ 130 bilhões concedidos à instituição durante o governo Dilma Rousseff para empréstimos subsidiados.

Ele disse que o banco devolverá no segundo semestre os R$ 100 bilhões restantes, mas que isso só será possível por causa de uma combinação de maior entrada de recursos por amortizações de financiamentos e procura menor por novos empréstimos e saques do PIS/Pasep, uma das fontes de financiamento do BNDES. 

A projeção de desembolsos do banco no ano foi reduzida, de R$ 90 bilhões para R$ 80 bilhões, após um primeiro bimestre fraco. 

“O banco vai liberar neste ano R$ 210 bilhões: R$ 80 bilhões para o setor produtivo e R$ 130 bilhões para serem esterilizados pelo Tesouro”, comentou, chamando de “nanoliberalistas” os economistas que defendem a devolução dos recursos. 

Em negociações para concorrer à Presidência da República pelo PSC, o executivo defendeu o papel do BNDES no desenvolvimento do país e ressaltou o que considera aspectos positivos do PSI, o programa de empréstimos subsidiados criticado pela oposição ao governo Dilma.

“Muitos falam mal do PSI, porque teria gerado subsídios, mas nos esquecemos de colocar em um contexto de crise mundial, em que outros países gastarão trilhões em subsídios”, disse, acrescentando que o programa teve mais de 2 milhões de operações de empréstimos.

Questionado sobre sua posição na campanha em relação a candidato do governo, disse que foi apenas um colaborador da atual administração federal. 

Ele ficou quase dez meses no BNDES, onde entrou para substituir a economista Maria Sílvia Bastos Marques. 

Quando chegou o banco vivia crise gerada pela Operação Bullish, que investigou contratos com o frigorífico JBS, da holding J&F

Rabello de Castro disse lamentar não ter conseguido mudar a gestão da empresa dos irmãos Batista, mas defende que sai com o banco “rodando a mil”.

“Isto posto, está concluída minha atividade como participante do governo”, disse ele, que entregou sua carta de renúncia ao conselho do banco nesta quinta-feira (28). Na quarta (27), já havia comunicado sua saída a Michel Temer.

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