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Prefeito de Londres quer ação mais agressiva dos governantes contra big tecs

Primeiro muçulmano a comandar a capital britânica leu alguns tuítes de ódio de que já foi alvo

Prefeito de Londres, Sadiq Khan, em conferência no South by Southwest, em Austin, nos EUA - Suzanne Cordeiro / Reuters
Austin

Num discurso em que atacou as redes sociais e os big tecs (Facebook, Google, Amazon e Apple) como responsáveis por um quadro de “desigualdade e divisões sem precedentes” na história, o prefeito de Londres, Sadiq Khan, defendeu uma postura mais agressiva de governos contra as gigantes do Vale do Silício.

Falando no South by Southwest, um dos maiores festivais de cultura e tecnologia do mundo que acontece todo ano em Austin, nos Estados Unidos, o primeiro muçulmano a comandar a capital britânica leu alguns tuítes de ódio de que já foi alvo.

Um deles pedia a deportação de todos os muçulmanos para “tornar Londres branca de novo”, outro o chamava de “terrorista gay” e um terceiro dizia que ele “deveria se explodir como todos eles fazem”.

“Essas plataformas estão sendo usadas para exacerbar e aprofundar rachas nas nossas comunidades”, disse Khan. “Notícias falsas e de ódio religioso se espalham com rapidez, algoritmos empurram pessoas para o extremismo, terroristas usam redes sociais para fazer lavagem cerebral.”

Khan, que descreve a revolução digital como a maior e mais veloz mudança em escala global da história, disse que cabe aos governos combater as gigantes da tecnologia que se recusam a lutar para eliminar a proliferação de mentiras e discursos de ódio, elogiando multas impostas pelo governo alemão a redes sociais que demoram a remover conteúdo criminoso de suas plataformas.

E deu o exemplo de Londres, onde a prefeitura criou a primeira plataforma pública de combate ao ódio nas redes. Na visão de Khan, os governos municipais detêm mais poder na luta contra o terrorismo virtual, sendo capazes de formar uma aliança contra abusos do “big tech”.

“Devemos trabalhar juntos na luta contra os abalos provocados pela tecnologia”, disse Khan. “Devemos usar dados para prestar serviços à população, usar tudo isso a serviço da infraestrutura. A revolução tecnológica é fantástica, mas coisas podem ser feitas para evitar a incitação ao ódio.”

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