UE diz não temer ameaças protecionistas dos EUA e promete se defender

A União Europeia vem tentando excluir suas exportações das barreiras anunciadas por Trump

 

Indústria siderúrgica da TMK Ipsco, em Koppel, na Pensilvânia (EUA)
Indústria siderúrgica da TMK Ipsco, em Koppel, na Pensilvânia (EUA) - Michael Mathes/AFP

 

AFP

A comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström, afirmou nesta segunda-feira (12) que a União Europeia (UE) não tem medo das ameaças protecionistas do presidente americano, Donald Trump, aos produtos siderúrgicos europeus e assegurou que o bloco se defenderá.

"Recentemente, vimos como [o comércio] é usado como uma arma para nos ameaçarem e nos intimidarem, mas não temos medo. Nós nos defenderemos dessas pessoas", disse Malmström durante um discurso em Bruxelas sobre o comércio sustentável.

Desde que Trump anunciou o aumento das barreiras tarifárias de até 25% para o aço e até 10% para o alumínio, que devem entrar em vigor na próxima semana, a UE tenta fazer Washington excluir as exportações europeias dessa medida, como fez com México e Canadá.

"Somos aliados próximos dos Estados Unidos. A UE deveria ficar isenta", reforçou nesta segunda o porta-voz da Comissão Europeia, Enrico Brivio.

 A empreitada foi sem sucesso até o momento.

Para evitar o aumento de tarifas, Trump pediu à UE, no sábado, que reduza suas "horríveis barreiras e tarifas aos produtos americanos" que entram no bloco, chegando a ameaçar com aumento de impostos sobre seus veículos.

Em um novo tuíte nesta segunda, o presidente americano garantiu que seu secretário de Comércio, Wilbur Ross, discutirá com representantes europeus "a eliminação de importantes barreiras e tarifas aplicadas contra os Estados Unidos".

Se forem confirmadas as tarifas para o aço e para o alumínio, os europeus já preparam uma estratégia de resposta, que passa por aumentar a tributação aduaneira sobre emblemáticos produtos americanos, assim como pela adoção de medidas de salvaguarda para proteger a indústria siderúrgica europeia.

Malmström também anunciou a vontade da UE de se apoiar nos países, com os quais tem um acordo de livre-comércio, ou está em fase de negociação - como Canadá, Japão, México, ou os países do Mercosul - para enfrentar o protecionismo e "defender um comércio aberto, que beneficie a todos".

Os ministros europeus de Finanças e Economia apoiaram a posição da Comissão.

"Queremos um comércio livre e justo, porque é o melhor cenário para os consumidores, para os cidadãos", disse o ministro alemão Peter Altmaier, em sua chegada a uma reunião do Eurogrupo em Bruxelas.

Seu equivalente espanhol, Román Escolano, disse que "o protecionismo é um erro político", "um erro histórico", insistindo em que Estados Unidos e UE "não podem entrar, de forma alguma, em uma escalada comercial".
 

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