Descrição de chapéu Governo Trump

Zuckerberg diz estar disposto a depor no Congresso dos EUA sobre escândalo

Cofundador da rede social diz estar empenhado no combate as notícias falsas

O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg - Jim WATSON / AFP
Silas Martí
Nova York

Em seu movimento tardio de mea-culpa, Mark Zuckerberg,  presidente e cofundador do Facebook, disse em entrevista à rede CNN aquilo que não falou em uma mensagem postada horas antes em sua própria rede social. “Lamento que isso tenha acontecido”, ele declarou.

Zuckerberg, que permanecera calado até esta quarta (21) desde o estouro do escândalo do desvio de dados de 50 milhões de usuários para manipular as eleições americanas, disse ainda pela primeira vez que está disposto a depor no Congresso americano sobre esse caso, atendendo pedidos de parlamentares que vêm cobrando explicações dele.

O executivo, que reconheceu o erro de sua empresa ao acreditar na Cambridge Analytica, a consultoria política que desviou dados de usuários, disse que desde a última corrida presidencial americana sua rede social tem melhorado mecanismos de controle das “fake news”.

Ele afirmou ainda que puderam identificar a atividade de robôs russos nas eleições francesas e também na última eleição pelo Senado americano no estado do Alabama, citando ainda a necessidade de manter esses controles para as futuras eleições no Brasil.

“Em retrospecto, foi um erro acreditar na Cambridge Analytica”, disse. “E precisamos garantir que nunca mais cometamos o erro de novo.”

Zuckerberg previu ainda que haverá uma “versão 2.0” daquilo que ocorreu na eleição de Donald Trump e que as redes sociais precisam estar atentas a esses movimentos, admitindo que em 2016 ele e sua equipe  não estavam preparados.  

Questionado se estava claro que agentes suspeitos foram capazes de usar sua plataforma para manipular os resultados das eleições, Zuckerberg disse que a ação desses grupos era mais “fomentar divisões e jogar pessoas umas contra as outras”.

Ele defendeu ainda possíveis regulações para a publicidade na internet, dizendo que “as pessoas têm direito de saber quem está por trás daquele anúncio no Facebook”.

Quando criticado por seu silêncio até o momento, Zuckerberg disse que era difícil se expor e dar entrevistas, mas que talvez seja necessário mudar o comportamento.

Mais cedo, em um post no Facebook, ele prometeu mudanças na plataforma para deixar mais claro aos usuários quem está vendo seus dados e que vai exigir que todas as empresas que atuam na rede social concordem em passar por uma auditoria para que possíveis desvios de informações sejam detectados.

No post, embora tenha dito que era preciso “consertar isso”, ele não fez um esperado pedido de desculpas, que só veio depois pela televisão.

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