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O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, comparecerá ao Congresso americano em duas semanas para responder perguntas sobre privacidade de dados e outras questões, disseram pessoas familiarizadas com o assunto nesta terça-feira (27).

Segundo a agência Bloomberg, Zuckerberg vai falar no Comitê de Energia e Comércio da Câmara.

A porta-voz do comitê, Elena Hernandez, disse que o grupo "continua a trabalhar com o Facebook para determinar o dia e a hora em que Zuckerberg vai testemunhar."

O executivo foi convidado a prestar declarações tanto no comitê de energia da Câmara e do Senado quanto no Comitê Judiciário do Senado, que informou na segunda (26) ter convidado Zuckerberg e os presidentes da Alphabet, dona do Google, e do Twitter para testemunhar em uma audiência em 10 de abril sobre privacidade de dados.

Os membros do Congresso querem respostas sobre como os dados de 50 milhões de usuários chegaram às mãos da consultoria política Cambridge Analytica, que participou da campanha para eleger Donald Trump em 2016.

O Facebook disse nesta terça que a empresa recebeu convites para testemunhar perante o Congresso e que estava conversando com legisladores.

No mesmo dia, Zuckerberg recusou o chamado dos legisladores britânicos.

A Comissão Europeia e uma comissão parlamentar britânica exigiram nesta terça que Zuckerberg dê explicações sobre o uso de dados da rede social, mas o empresário americano resiste a ir pessoalmente a Londres. 

Zuckerberg propôs enviar em seu lugar um de seus diretores adjuntos, segundo uma carta revelada nesta terça. A proposta foi rejeitada pelos deputados britânicos.

O presidente da Comissão de Digital, Cultura e Imprensa, Damian Collins, avaliou que seria apropriado Zuckerberg se explicar pessoalmente, dada a gravidade das acusações.

Em carta a Collins, a diretora de políticas públicas do Facebook na Grã-Bretanha, Rebecca Stminson, afirmou que "Zuckerberg pediu pessoalmente a um de seus adjuntos que se colocasse à disposição para dar um depoimento em pessoa ante à Comissão". 

Ela indica que o diretor técnico Mike Schroepfer, ou o de produtos, Chris Cox, poderiam estar presentes após o fim do recesso de Páscoa ou 16 de abril.

"Gostaríamos de convidar Cox para dar um depoimento", declarou Collins no começo de uma sessão da Comissão cujo convidado é Christopher Wylie, ex-diretor de investigação da Cambridge Analytica que denunciou o caso. 

"Mas gostaríamos sobretudo de escutar Zuckerberg", acrescentou, apontando que podia fazê-lo pessoalmente ou por videoconferência. 

A Comissão escutou nesta terça Wylie. Ele afirmou que a Cambridge Analytica, assim como a AggregateIQ, ambas filiais da SCL, trabalharam para grupos pró-brexit durante a campanha do referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, em 2016.

"Pode-se dizer razoavelmente que o resultado do referendo teria sido diferente se não tivesse produzido o que, a meu ver, são armadilhas", disse o especialista informático.

O organismo britânico que controla a privacidade de dados, o ICO (Information Commissionner's Office), abriu uma investigação sobre a Cambridge Analytica e na sexta-feira (23) revistou a sede da empresa. -

DUAS SEMANAS

A comissária europeia de Justiça, Vera Jourova, deu duas semanas de prazo para os diretores do Facebook responderem a uma série de questões, em particular sobre a forma como que a rede social aplica as regras europeias de proteção de dados.

Em 20 de março, o presidente do Parlamento europeu Antonio Tajani já tinha convidado Zuckerberg a dar explicações diante dos deputados.

Jourova também quer saber se há cidadãos europeus entre os usuários afetados.

A diretora britânica Rebecca Stimson respondeu parcialmente a essa questão, indicando que cerca de 1% dos downloads do aplicativo que permitiu o vazamento de dados do Facebook para a Cambridge Analytica foram realizados por usuários da União Europeia, alguns deles no Reino Unido.

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